A gigante canadense Brookfield Asset Management mantém interesse em investimentos no Brasil e está atenta a oportunidades como a possível privatização da Sabesp pelo governo paulista, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.
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O grupo canadense realizou uma onda de grandes aquisições durante os anos em que o Brasil foi afetado por uma severa crise financeira e escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, e o apetite pelo país continua ativo, com a área de saneamento sendo uma das apostas.
A empresa fechou em 2016 a compra de 70% da antiga Odebrecht Ambiental, unidade de saneamento do grupo Odebrecht, depois renomeada para BRK Ambiental.
“Depende de modelo, preço”, afirmou a fonte, destacando que o interesse do grupo canadense também é influenciado por questões regulatórias, como discussões sobre o marco legal do setor de saneamento.
“Dependendo do marco regulatório, ou você arruma a casa ou pode gerar uma imobilidade [de investimentos no país]”, acrescentou a fonte.
A BRK Ambiental opera em 180 cidades de 12 Estados e projeta atualmente investir R$ 7 bilhões nos próximos cinco anos.
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O secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, disse nesta semana que o governo paulista espera arrecadar pelo menos R$ 3 bilhões com venda de ativos, incluindo a possível privatização da Sabesp, mas admitiu também que a operação é desafiadora e enfrentará resistência interna.
Meirelles também comentou, na ocasião, que as condições para a desestatização só devem melhorar após a aprovação da medida provisória do saneamento, editada no final do governo Temer.
A MP 868/18, reedição de uma medida anterior que caducou ao não ser apreciada pelo Congresso, cria instrumentos que facilitam privatizações e amplia o papel da Agência Nacional de Águas (ANA) como organizador dos investimentos no setor. O texto também força empresas públicas a disputarem mercados com privadas.
Procurada, a Brookfield recusou-se a comentar.
OUTROS NEGÓCIOS
A fonte acrescentou que a Brookfield pretende ainda avaliar outros ativos importantes que possam ir a mercado no Brasil, desde que esses se encaixem no modelo do grupo, que gosta de negócios que gerem bom fluxo de caixa e tenham espaço para a realização de mais investimentos.
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Nessa linha, a empresa poderia avaliar alguns desinvestimentos da Petrobras, como refinarias, embora o interesse também dependa do modelo a ser definido pela estatal para os negócios.
Já a BR Distribuidora, que a Petrobras tem dito que pode colocar à venda, dificilmente se encaixaria muito bem nos negócios da Brookfield, por ter mais a ver com a atividade de varejo, afirmou a fonte.
A onda de compras da Brookfield no Brasil desde 2013 envolveu ativos como a operadora de gasodutos da Petrobras, Nova Transportadora do Sudeste (NTS), pelo qual um consórcio liderado pela companhia pagou US$ 5,2 bilhões.
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