O dólar subia com força ante o real hoje (22), acompanhando cenário de maior cautela no exterior depois de dados fracos na Europa reforçarem temores de uma desaceleração econômica global, e com preocupações renovadas sobre a Previdência.
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Às 10h48, a moeda norte-americana avançava 1,86%, a R$ 3,8709 na venda. Ontem (21), a divisa norte-americana fechou em alta de 0,9%, a R$ 3,8001 na venda. O dólar futuro subia por volta de 1,9%.
No exterior, as persistentes preocupações de desaceleração global voltaram com força aos holofotes após dados mostrarem que a atividade industrial na zona do euro contraiu no ritmo mais rápido em quase seis anos.
Na Alemanha, maior economia do bloco, a atividade industrial recuou pelo terceiro mês consecutivo em março, com o PMI Composto alcançando a menor leitura desde junho de 2013. “Dados da Alemanha, que é um termômetro forte na avaliação da saúde econômica europeia, reacendem os temores em relação a um desaquecimento global ainda maior que já está acontecendo”, disse o superintendente de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.
Os títulos alemães de 10 anos operavam em território negativo pela primeira vez desde outubro de 2016. O euro caía mais de 0,5% e ações europeias, em geral, recuavam após os dados.
Internamente, a semana termina com cautela renovada sobre a reforma da Previdência, após as prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco na véspera, com preocupação por eventual rescaldo no Congresso atual.
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As prisões dos emedebistas no âmbito da Lava Jato somaram-se a um mau humor que já vinha desde quarta-feira (20), quando a proposta de reforma da Previdência dos militares entregue pelo governo ao Congresso mostrou uma previsão de economia muito abaixo do esperado e desagradou parlamentares.
Em viagem ao Chile, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a proposta referente aos militares, afirmando que ela é mais profunda do que o texto sobre a Previdência dos civis e da iniciativa privada.
Agentes do mercado também observam a insatisfação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vinha atuando fortemente na articulação política da reforma, e que agora, segundo notícias, ameaça abandonar tal função após ser criticado publicamente pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).
Ainda prevalece a percepção entre investidores de que a reforma será aprovada eventualmente, mas crescem as dúvidas sobre quão tumultuada será essa tramitação.
“Seguimos otimistas e acreditamos no avanço da agenda reformista no Brasil, que vemos como transformacional. Entretanto, antecipamos volatilidade, com um duro processo de negociação adiante para a reforma da Previdência, e uma série de riscos que podem aumentar a tensão”, afirmaram profissionais da XP Investimentos em nota.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de US$ 12,321 bilhões.
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