O dólar acelerou a alta ante o real hoje (7), acompanhando o movimento global de moedas, com o Banco Central Europeu sob os holofotes, enquanto, no front doméstico, receios sobre o andamento da reforma da Previdência chancelavam o viés mais cauteloso.
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Às 12h34, a moeda norte-americana avançava 0,96%, a R$ 3,8728 na venda, após ter recuado a R$ 3,8168 mais cedo. O dólar futuro subia cerca de 0,6%.
No exterior, o dólar subia cerca de 0,5% contra uma cesta de moedas.
A divisa norte-americana acelerou a alta contra o real após o BCE cortar hoje previsões de crescimento e inflação na zona do euro, bem como adiar para o próximo ano o momento de sua primeira alta de juros pós-crise e oferecer aos bancos novas rodadas de empréstimos baratos.
A medida de estímulo já era prevista por agentes financeiros globais, mas os cortes nas projeções, com Mario Draghi, presidente do BCE, citando um “período de fraqueza contínua e incerteza disseminada”, foram uma surpresa, levando rendimentos de títulos do governo e o euro a caírem.
De acordo com o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, a fala de Draghi estressou o mercado, sobretudo o comentário de que os cortes nas previsões estão relacionados à desaceleração do crescimento global. “O estímulo já era esperado, mas os cortes de repente abrem uma discussão maior”, avaliou
No panorama doméstico, cresce no mercado certa cautela com relação à reforma da Previdência em meio à ausência de notícias sobre a matéria, com o mercado monitorando os próximos passos da tramitação, como a instalação das comissões especiais na Câmara dos Deputados.
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Também há razoável preocupação entre agentes financeiros de que as recentes publicações controversas do presidente Jair Bolsonaro no Twitter possam dificultar a formação da base aliada no Congresso.
“Tem havido muito ruído por parte do governo, de maneira geral, não só na condução da reforma da Previdência. Muito ruído e pouca discussão econômica. Cria um pouco um sentimento de preocupação, de proteção, por parte dos agentes”, afirmou o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano.
Prevalece a percepção de aprovação do texto no segundo semestre do ano, mas ainda restam dúvidas quanto ao teor do conteúdo que será chancelado por parlamentares.
O Banco Central vendeu 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim, rolou US$ 1,45 bilhão dos US$ 12,321 bilhões que vencem em abril.
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