O dólar opera em alta ante o real hoje (14), ensaiando quebrar uma sequência de quatro quedas, influenciado pelo ambiente externo, onde moedas de perfil semelhante à brasileira depreciam diante de dados mais fracos da China e de renovadas incertezas sobre a situação comercial entre Washington e Pequim.
LEIA MAIS: Dólar fecha em leve queda, cotado a R$ 3,81
Às 11h05, a moeda norte-americana avançava 0,46%, a R$ 3,8309 na venda. Na B3, o contrato referência para o dólar futuro tinha alta de 0,43%, para R$ 3,8335.
As operações locais reagem sobretudo ao movimento externo, onde o dólar subia cerca de 0,2% frente a uma cesta de divisas, que inclui euro e iene.
Mas o desempenho mais forte era contra moedas de perfil semelhante ao real, como os dólares da Austrália e da Nova Zelândia, que sentem os efeitos dos dados mais fracos da China, principal destino das exportações desses países e também do Brasil.
A Bloomberg noticiou hoje, citando fontes não identificadas, que um encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, para resolver a guerra comercial não acontecerá neste mês e é mais provável que ocorra em abril.
“As notícias de que os dois países adiaram uma nova rodada de conversas também estão pesando, porque indicam que uma resolução para o problema comercial, que afetou os mercados em todo o mundo no ano passado, não está tão próxima”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.
A retomada das compras de dólares no mercado doméstico nesta sessão também encontra espaço na ausência de novas notícias positivas no campo da reforma da Previdência. Na noite de ontem (13), como esperado, a Câmara dos Deputados instalou sua Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro órgão colegiado que analisará o texto que muda as regras previdenciárias.
VEJA TAMBÉM: Dólar avança ante real em dia de instalação da CCJ
A expectativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é que a CCJ possa analisar a admissibilidade da proposta até o dia 28 deste mês. O foco do mercado se volta para a proposta de novas regras para os militares, a ser encaminhada até dia 20 pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Apesar das dificuldades encontradas, seguimos confiantes de que a reforma da Previdência será aprovada ainda este ano e mantemos um posicionamento otimista”, dizem em nota gestores da Gauss Capital, que mantêm posições em bolsa, na inclinação da curva de juros e no real.
O Banco Central realiza hoje leilão de até 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de US$ 12,321 bilhões.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Forbes no Facebook: http://fb.com/forbesbrasil
Forbes no Twitter: http://twitter.com/forbesbr
Forbes no Instagram: http://instagram.com/forbesbr