David Malpass, indicado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para liderar o Banco Mundial, obteve aprovação unânime do conselho executivo da instituição ontem (5), dando continuidade à tradição de 73 anos de um norte-americano administrar o maior banco de desenvolvimento do mundo.
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O banco disse que Malpass, subsecretário de Assuntos Internacionais do Tesouro dos EUA, iniciará seu novo papel na terça-feira (9), quando começam as reuniões da Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Único candidato para o posto, Malpass é ex-economista-chefe da Bear Stearns and Co e assessorou a campanha eleitoral de Trump em 2016. O ex-presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, que deixou o cargo em janeiro para participar de um fundo privado de infraestrutura, enfrentou dois adversários (da Nigéria e da Colômbia) em 2012, quando foi selecionado pela primeira vez.
Desta vez, os membros do conselho do banco disseram que havia pouco apetite – da parte de economias desenvolvidas, como a Europa e o Japão, e de mercados emergentes maiores, como a China e o Brasil – para desafiar a candidatura norte-americana.
Em entrevista por telefone com a Reuters, Malpass disse que irá manter o compromisso do banco de reduzir a pobreza nos países menos favorecidos, combater as mudanças climáticas e perseguir os objetivos declarados de um aumento de capital de US$ 13 bilhões no ano passado.
Em e-mail para funcionários do Banco Mundial, Malpass enfatizou a necessidade de combater a pobreza extrema e “promover um crescimento amplo para todos tomadores de empréstimo e uma economia global mais forte e estável para todos”.
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Desde que assumiu o posto no Tesouro em 2017, Malpass criticou os contínuos empréstimos do Banco Mundial à China, argumentando que a segunda maior economia do mundo era muito rica para essa ajuda, enquanto carregava alguns países com dívidas insustentáveis dentro de seu programa de infraestrutura “Belt and Road”.
Esses comentários e o papel de Malpass nas negociações comerciais entre EUA e China causaram alguma preocupação de que ele poderia tentar usar a influência do banco para pressionar o país asiático.
Mas Malpass disse à Reuters que prevê uma “evolução” do relacionamento do banco com o país “em direção a uma que reconhece a China como a segunda maior economia do mundo e um fator importante no desenvolvimento global”. “Espero que haja uma relação de forte colaboração com a China. Temos uma missão compartilhada de redução e alívio da pobreza.”
O executivo afirmou que não participou das conversações comerciais entre EUA e China na semana passada e que está reduzindo sua presença nas atividades do Tesouro. Ele disse que pretende fazer sua primeira viagem como presidente do Banco Mundial no fim de abril para a África.
Kristina Georgieva, diretora-executiva do Banco Mundial, e não Malpass, participará do segundo Fórum “Belt and Road” da China, nos dias 26 e 27 de abril.
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