O dólar avançava ante o real na manhã de hoje (16), após adiamento da votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, e monitorando a esperada reunião entre membros do governo e a Petrobras após intervenção no reajuste do preço do diesel no fim da semana passada.
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Às 10h37, amoeda norte-americana avança 0,48% ante o real, a R$ 3,8873 na venda. Na véspera, a divisa fechou com queda de 0,52%, a R$ 3,8688 na venda. O dólar futuro avançava cerca de 0,4%.
“O mercado está trabalhando com respingo do centrão e do pessoal aliado à oposição barrando a votação da admissibilidade (da PEC da reforma da Previdência). Não traz um bom ânimo. É preciso lembrar que isso estava para ser visto antes do Carnaval”, afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
A votação da admissibilidade da reforma da Previdência na CCJ ficou para a semana que vem, disseram líderes ontem (15), após terem selado um acordo que permitirá que a proposta seja discutida sem turbulências.
Na véspera, após uma inversão da pauta, que inicialmente trazia a Previdência como primeiro item, os deputados da comissão aprovaram a PEC do Orçamento impositivo, que seguirá agora para uma comissão especial antes de ser enviada ao plenário da Câmara.
O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse que as sessões desta terça e quarta-feiras serão dedicadas a debater a reforma na CCJ, para então se avaliar o cenário após o feriado da Páscoa.
Um outro item da agenda que concentra a atenção de investidores é a reunião entre o governo e a Petrobras, quando a petroleira deve dar uma explicação sobre o aumento do diesel anunciado na semana passada e cancelado após intervenção do presidente Jair Bolsonaro.
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“O investidor estrangeiro não é adepto a nenhum tipo de interferência do governo em estatais, isso levanta dúvidas sobre quão liberal é o governo”, explicou Faganello.
Na avaliação dele, os mercados devem se acalmar se houver uma sinalização contundente da parte do governo de que não há ou haverá uma política intervencionista na estatal.
Na véspera, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, negou que tenha havido intervencionismo do governo, alegando que Bolsonaro fez um alerta sobre riscos, mas que a decisão foi tomada pela diretoria da estatal.
No exterior, há elevado apetite por risco, impulsionado por otimismo ligado às negociações comerciais entre Estados Unidos e China e dados chineses positivos, que amenizam temores de desaceleração na economia do país asiático.
“Não fosse o relativo bom humor externo, onde BCs cautelosos e otimismo no âmbito comercial embasam busca por risco, este último muito provavelmente estaria mais próximo de R$ 4,00 do que no atual patamar”, avaliou a corretora H.Commcor em nota.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de US$ 5,343 bilhões.
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