O dólar caía mais de 1% ante o real na manhã de hoje (1), com um cenário de maior apetite por risco no exterior após dados inesperados de recuperação da indústria da China e sinais de progresso nas negociações entre Washington e Pequim.
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Às 10:03, a moeda norte-americana recuava 1,24%, a R$ 3,8670 na venda. Na sexta-feira (29), a moeda terminou com variação negativa de 0,05%, a R$ 3,9154 na venda, mas em março a divisa acumulou alta de 4,32%, maior aumento mensal desde agosto de 2018. O dólar futuro caía por volta de 1,3%.
A maior disposição por risco no exterior beneficiava moedas emergentes nesta segunda-feira, mas o impacto sobre a moeda brasileira era em parte limitado ainda por resquícios das tensões políticas da semana passada, o que pôde ser percebido também no baixo fluxo de venda de dólares.
“No caso do real não foi tão bom por causa do baixo fluxo de venda, ainda pela história da Previdência. Mesmo com o (ministro da Economia, Paulo Guedes) tomando a frente com o (presidente da Câmara, Rodrigo Maia), o mercado vai adotar a postura de ‘ver para crer'”, afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
“Foram muitos momentos de discordância que fizeram com que o mercado ficasse mais atento e cético”, completou
O Índice de Gerente de Compra (PMI, na sigla em inglês) oficial da China mostrou, no domingo (31), que a atividade industrial cresceu inesperadamente em março pela primeira vez em quatro meses. O PMI do Caixin/Markit, divulgado nesta segunda-feira, também mostrou retorno ao crescimento da indústria do país.
Sinais de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China também endossam o apetite por risco. EUA e China disseram que fizeram avanços nas discussões concluídas na sexta-feira em Pequim, com Washington afirmando que foram “francas e construtivas”.
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No domingo, a China disse que continuará suspendendo tarifas adicionais sobre veículos e autopeças dos EUA após 1º de abril, em um gesto de boa vontade após a decisão dos EUA de adiar altas tarifárias sobre importações chinesas.
Internamente, não há nada esperado na agenda política do dia, mas ainda há cautela depois das tensões políticas entre Executivo e Legislativo que aconteceram na semana passada.
Para quarta-feira (3), está prevista a ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e investidores monitoram com atenção a participação dele.
“A reunião do Guedes na CCJ vai ser fundamental para que se tenha melhora em termos de visão futura do que pode ocorrer”, afirmou Rodrigues.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de US$ 4,843 bilhões.
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