O dólar mais do que devolveu a queda da véspera ao fechar em firme alta ante o real hoje (11), impulsionado pelo ambiente menos amigável a moedas de risco no exterior e por sinais de que a articulação política do governo em prol da reforma da Previdência segue frágil e alvo de críticas.
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“A percepção do mercado é que a ampulheta virou”, disse Arnaldo Curvello, sócio-diretor na Ativa Wealth Management. “Você tinha todo o tempo a seu favor, com confiança no governo, boa vontade de todos. Mas agora está claro que estamos mesmo correndo contra o tempo”, acrescentou.
Declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), geraram incômodo ao mercado.
Por ora, agentes financeiros dizem que os debates no mercado ainda se restringem ao campo da desidratação da reforma, mas que à medida que o tempo passa e a comunicação do governo não melhora o risco é os preços começarem a se ajustar a um cenário de “não reforma”.
O investidor estrangeiro, porém, segue mais cético. “Continuamos de lado em relação aos ativos brasileiros”, disseram estrategistas do Citi em nota a clientes. Os profissionais preferem evitar “potencial volatilidade do mercado” quando o texto da reforma previdenciária for debatido na comissão especial no Senado.
Nesta quinta-feira, o movimento do câmbio local foi influenciado ainda pelo ambiente externo, onde várias divisas de risco perdiam terreno para o dólar. Com reação intensificada por questões idiossincráticas, o real teve o terceiro pior desempenho entre 33 pares do dólar, melhor apenas que lira turca e peso colombiano.
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O dólar à vista terminou em alta de 0,86%, a R$ 3,8570 na venda. Na véspera, a cotação havia recuado 0,78%, para R$ 3,8240.
A valorização desta quinta-feira é a mais intensa em cerca de duas semanas. E o patamar do dólar é o mais elevado desde sexta-feira da semana passada.
Na B3, a referência do dólar futuro subia 0,80%, a R$ 3,8610.
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