O dólar subia ante o real no início do pregão de hoje (11), com investidores de olho na tramitação da reforma da Previdência no dia em que o governo Jair Bolsonaro alcança a marca dos 100 dias.
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Às 10:50, a moeda norte-americana avançava 0,25%, a R$ 3,8335 na venda. No pregão anterior, a divisa fechou em queda de 0,78%, a R$ 3,8240 na venda, menor patamar desde 21 de março. O dólar futuro subia cerca de 0,2%.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro e outros ministros participam de solenidade em razão dos 100 dias de governo em Brasília, Guedes participa de reuniões nos Estados Unidos, bem como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o que está no radar de investidores.
Há razoável cautela entre agentes pela possibilidade de obstrução pela oposição na votação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Lideranças do chamado centrão estão cobrando que a CCJ primeiro paute e vote a PEC do Orçamento, para depois votar a admissibilidade da proposta de reforma da Previdência, segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.
“O centrão está condicionando a sequência da votação da reforma da Previdência na CCJ a algumas questões… Já existe sim a possibilidade da votação na CCJ acontecer só depois da Semana Santa, é mais um imbróglio”, disse o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Por outro lado, investidores estão vendo com bons olhos o engajamento mais direto do presidente Jair Bolsonaro na articulação da reforma, tendo recebido lideranças partidárias em seu gabinete nos últimos dias.
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“Bolsonaro é um rato de Congresso, em que pese ter feito parte do baixo clero, mas é um rato que conhece como tudo acontece ali. Sabe que essa imposição que estava fazendo, de que deixaria de fora o ‘toma lá dá cá’, não é possível”, avaliou Silva, destacando que o presidente percebeu que terá que ‘jogar o jogo’, mas ditando as suas regras.
Com essa percepção, avalia-se que o governo poderá contornar uma possível crise no centrão que traria a obstrução na CCJ.
No exterior, o apetite por risco desaparecia diante da permanência das tensões comerciais, e com os bancos centrais de Estados Unidos e zona do euro reforçando as preocupações com o crescimento fraco.
Após um longo período de embates, a União Europeia concedeu ontem (10) um adiamento no prazo do Brexit para o Reino Unido. A saída, antes prevista para ocorrer em 12 de abril, agora pode acontecer até 31 de outubro.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de US$ 5,343 bilhões.
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