O presidente-executivo da Azul afirmou hoje (9) que suas duas maiores rivais impediram a empresa de ter um serviço competitivo na lucrativa ponte aérea Rio-São Paulo.
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“Essencialmente o que elas fizeram foi acertar um plano para nos manter fora”, disse John Rodgerson, referindo-se à Gol e Latam.
O comentário foi feito semanas depois que a Azul engendrou um plano para ampliar sua presença na ponte aérea, que é de longe a rota mais movimentada da América do Sul. O plano, porém, fracassou depois de intervenção das rivais.
As três companhias aéreas estão disputando direitos de pouso e decolagem (slots) que estão em poder da Avianca Brasil, cujo leilão de ativos nesta semana foi suspenso por ordem judicial.
A Azul tinha inicialmente atingido acordo com a Avianca Brasil para ficar com slots nos principais aeroportos do país onde a empresa opera, incluindo Congonhas e Santos Dumont, mas semanas após isso Gol e Latam acertaram um entendimento diferente com os principais credores da Avianca Brasil, que acabou sendo aprovado e sepultou as pretensões iniciais da Azul.
Ambos os planos dependem do sucesso do leilão dos ativos da Avianca Brasil, mas com a suspensão do certame, em meio a questionamentos sobre o plano de recuperação judicial da empresa, é possível que mesmo Gol e Latam podem ficar sem obter os slots da rival.
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“Eu não acho que eles já tiveram alguma intenção de concluir o negócio (compra dos slots)”, disse Rodgerson sobre o acordo da Gol e Latam com os credores da Avianca Brasil.
Gol e Latam negaram anteriormente que promoveram qualquer ação anticompetitiva.
Porém, a disputa acabou fazendo a Azul anunciar saída da associação de empresas aéreas do Brasil, Abear, no mês passado, que se reduziu a essencialmente representar Gol e Latam.
“Acredito que a forma como elas se comportaram foi inapropriada e não no melhor interesse da indústria”, disse Rodgerson. “Não creio que compartilhamos dos mesmos valores.”
Rodgerson deu a entrevista como parte do anúncio de resultados da empresa no primeiro trimestre, no qual custos operacionais maiores impactaram o balanço da companhia, fazendo o lucro cair 20%, para R$ 137,7 milhões, apesar de alta na receita sobre um ano antes.
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