O presidente da montadora brasileira Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, indicou hoje (13) que um eventual investimento na fábrica que a Ford vai fechar em São Bernardo do Campo (SP) até o final do ano está no radar e é uma possibilidade concreta, mas depende da aprovação da reforma da Previdência.
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“É uma possibilidade, nós já estivemos com chineses que estão interessados em fabricar carro conosco lá, existe grande possibilidade de essa indústria da Ford acontecer”, afirmou ele, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em Brasília. “O que nós queremos é que o governo resolva o problema da Previdência e dessa crise que o Brasil está passando para gente poder ter confiança em fazer o investimento”, acrescentou ele.
Em fevereiro, a Ford anunciou que iria fechar a fábrica, a mais antiga da empresa no Brasil, em meio a um plano de reestruturação global para encerrar a produção de caminhões. A fábrica emprega cerca de 3 mil trabalhadores. O anúncio fez o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), afirmar que o governo paulista tentaria encontrar um comprador para o local e a Caoa, que produz utilitários esportivos e caminhões leves da Hyundai em Goiás, surgiu entre os interessados no ativo.
Segundo Andrade, tudo no Brasil hoje está dependendo da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda as regras para aposentadorias. “Se a Previdência passar nossos investimentos se multiplicarão”, disse.
Doria iria participar da reunião, mas acabou não indo por conta de compromisso em Nova York, nos Estados Unidos, onde passará cinco dias, informou o governo paulista.
De acordo com o presidente da Caoa, outro encontro deve ser marcado entre as partes, contando ainda com a presença do secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles.
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“O João [Doria] tem interesse em que haja mais investimentos em São Paulo, tudo depende de como aconteçam as coisas”, afirmou. “O que ele tinha que fazer ele já fez para a GM. Claro que se, por acaso, houver investimento na Ford, nós também vamos ser beneficiados”, disse Andrade.
Em meados de março, a GM anunciou investimento de R$ 10 bilhões em duas de suas fábricas em São Paulo nos próximos cinco anos, revertendo um plano inicial de fechar as unidades, o que custaria cerca de 65 mil empregos.
A investida se deu após o governo paulista lançar um plano de incentivo fiscal, com redução das alíquotas de ICMS para novos investimentos que forem feitos por montadoras de veículos na região. O benefício vale para investimentos de, pelo menos, R$ 1 bilhão, com o desconto subindo e podendo chegar a 25% quando o montante superar R$ 10 bilhões.
GOIÁS
Em meio à perspectiva de aumento do ICMS em Goiás devido ao aperto fiscal vivido pelo Estado, Andrade ressaltou que a Caoa não cogita “em absoluto” retirar sua fábrica de lá. “Estamos estudando. O governador Ronaldo Caiado (DEM-GO) está muito empenhado em resolver essa situação. A gente percebe isso quando conversa com ele. Ele vai fazer tudo que puder fazer e tenho certeza que vai haver solução”, afirmou.
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