O dólar caía ante o real hoje (31), com otimismo ligado à reforma da Previdência mas com os investidores monitorando aversão ao risco no exterior após ameaças tarifárias dos Estados Unidos ao México e com dados fracos da China.
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O pregão ainda deve ser marcado por volatilidade na parte da manhã em função da formação da taxa Ptax de fim de mês.
Às 10:49, o dólar recuava 0,51%, a R$ 3,9588 na venda. Na véspera, a divisa norte-americana fechou perto da estabilidade, encerrando com variação positiva de 0,07% a R$ 3,9790 na venda. O dólar futuro ganhava cerca de 0,15% neste pregão.
A moeda brasileira se fortalecia ante o dólar, com investidores buscando começar junho em novo patamar, sob uma percepção mais otimista com a agenda de reformas, mais notadamente a da Previdência.
“Por mais que haja ainda ruído político, a expectativa do mercado com relação à Previdência é muito boa”, disse um operador de uma corretora nacional.
Ele afirmou ainda que a postura do presidente Jair Bolsonaro de buscar um pacto com os presidentes das Casas do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) no início da semana deu confiança a agentes financeiros.
Do lado externo, há aversão ao risco depois que, na noite de ontem (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu impor tarifas sobre todos os produtos oriundos do México, começando em 5% e crescendo à medida que o governo mexicano não atuar para impedir a imigração ilegal.
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As tarifas mais elevadas começarão em 5% no dia 10 de junho e aumentarão mensalmente até atingirem 25% em 1º de outubro, a menos que o México adote ações imediatas para combater a imigração, disse Trump.
A medida colocou os mercados em alerta, temendo que o agravamento da tensão comercial prejudique a economia global. O peso mexicano e os índices acionários norte-americanos tombaram com a notícia, incluindo ações de montadoras japonesas que exportam carros do México para os EUA.
O presidente do México, Manuel López Obrador, disse nesta manhã que não responderá a nenhuma provocação e que será prudente com os EUA, acrescentando que disputas devem ser resolvidas pelo diálogo e que não há sentido em medidas coercitivas.
Também contribuía para o sentimento de aversão ao risco dados chineses que mostraram uma contração mais forte que o esperado da atividade industrial em maio, aumentando a pressão para que Pequim adote mais medidas de estímulo para sustentar a economia.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.
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