O dólar ameaçou engatar o segundo dia de queda, flertando com os R$ 4,00, mas a falta de novidades positivas na cena doméstica e renovadas tensões comerciais no exterior fizeram a moeda recobrar parte do fôlego, fechando apenas em leve queda.
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A ausência de um tom mais “dovish” (suave) da parte do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) também desestimulou a continuação de venda de dólar.
O dólar à vista caiu 0,19%, a R$ 4,0402 na venda. No piso da sessão, a moeda norte-americana marcou R$ 4,0075 (-1%). Na B3, a taxa do contrato de dólar futuro de maior liquidez subia 0,10%, a R$ 4,0475. Na véspera, o dólar à vista havia perdido 1,39%, maior depreciação diária desde o fim de janeiro passado.
“Ainda acho que o mercado vai testar a compra de dólares de novo. E ficarei feliz em vender nos picos de alta”, disse o chefe da mesa proprietária de um banco em São Paulo.
Ainda assim, ele reduziu posições vendidas em dólar, com a moeda norte-americana a alguma distância das máximas recentes.
O dólar está 1,57% abaixo do pico em oito meses alcançado na segunda-feira, de R$ 4,1048.
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Além dos ruídos domésticos, analistas têm destacado que o componente externo tem mantido o real sob intensa pressão.
A desvalorização do real se acelerou recentemente conforme o iuan chinês se aproximou da marca de 7 por dólar, nas mínimas desde o fim do ano passado. O Morgan Stanley considera que a divisa chinesa se tornou um termômetro de percepção de risco.
Sobre o real, o efeito se dá via comércio, especialmente porque a China é o principal destino das exportações do Brasil. Os impactos sobre a taxa de câmbio brasileira são piorados, uma vez que o real é uma das mais líquidas moedas emergentes.
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