O dólar caía ante o real na manhã de hoje (10) de olho no exterior, onde investidores alimentam esperanças de um acordo comercial entre Estados Unidos e China à medida que negociadores dos dois países adentram o segundo dia de conversas, ofuscando o aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.
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Às 10:24, o dólar recuava 0,23%, a R$ 3,9447 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,52%, a R$ 3,9536. O dólar futuro rondava a estabilidade neste pregão.
Conforme anunciado por Trump no fim de semana passada, as tarifas norte-americanas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses subiram de 10% a 25% nesta sexta-feira.
Mas mesmo com a ameaça de retaliação de Pequim, negociadores em Washington concordaram em permanecer na mesa de negociações pelo segundo dia, mantendo vivas as esperanças de um eventual acordo.
A continuidade das conversas está alimentando expectativas de agentes financeiros de que pode, afinal, haver um acordo entre os dois países.
“Por ora, parecem prevalecer as apostas de que um acordo ainda seja possível, enquanto outros, já considerando a ausência de um desfecho positivo, enxergam algum motivo de resiliência aos ativos de risco na iminência de maior cautela dos principais Bancos Centrais globais como reação à essa possível conjuntura”, avaliou a equipe da corretora H.Commcor em nota.
Trump também disse que iniciará a “papelada” nesta sexta-feira para taxas de 25% sobre outros US$ 325 bilhões em importações chinesas.
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Em Pequim, o Ministério do Comércio da China disse que “lamenta profundamente” a decisão dos EUA, acrescentando que vai adotar contramedidas necessárias, sem dar mais detalhes.
O cenário doméstico fica no pano de fundo nesta sexta-feira, com investidores monitorando eventuais avanços ligados à reforma da Previdência.
Na véspera, o secretário especial de Trabalho e Previdência, Rogério Marinho, disse que o Brasil terá sérias dificuldades no 2º semestre sem a reforma previdenciária.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) reiterou a previsão de que a reforma será votada no plenário da Casa em julho.
Falando em evento nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que o governo vem enfrentando alguns problemas e que pode até ter de encarar “um tsunami” na próxima semana, mas que vencerá os obstáculos.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.