O dólar subia ante o real na manhã de hoje (17) e se aproximava dos R$ 4,1, com aversão ao risco no exterior por renovadas tensões na disputa comercial entre Estados Unidos e China, e ainda com investidores cautelosos com a cena política interna.
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Às 10:24, a moeda norte-americana avançava 1,15%, a R$ 4,0829 na venda. Na máxima, o dólar tocou R$ 4,0880, e na mínima chegou a R$ 4,0481. O dólar futuro ganhava cerca de 0,5% neste pregão. Na quinta-feira, a divisa encerrou com avanço de 1,01%, a R$ 4,0366 na venda, fechando acima dos R$ 4 pela primeira vez em sete meses e meio.
A China afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos precisam mostrar sinceridade para manter negociações comerciais substanciais, reagindo às sanções à gigante chinesa Huawei anunciadas pelo governo norte-americano na véspera.
Pequim ainda não disse se vai retaliar contra a última medida dos EUA na tensão comercial, embora a mídia estatal tenha adotado um tom cada vez mais estridente, com o “Diário do Povo do Partido Comunista” publicando comentários de primeira página que evocam o espírito patriótico de guerras passadas.
Internamente, participantes do mercado seguem digerindo o noticiário político local após mau humor generalizado na véspera que levou o dólar a superar o nível dos R$ 4 no fechamento.
“A grande questão é a falta de coordenação política, a falta de uma mão forte que possa dar sequência. O governo Bolsonaro mostra que não existe nenhuma habilidade não só do presidente como também de seus ministros”, afirmou Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.
“Coloca em risco e em dúvida a capacidade desse governo de tocar em frente as reformas que o país precisa”, afirmou.
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Analistas já avaliam que o nível de R$ 4 se aproxima cada vez mais do novo patamar de fundamento para a taxa de câmbio, à medida que se acentuam os riscos à agenda de reformas.
“É uma fuga de capitais”, disse Gomes da Silva, sem descartar que a divisa alcance R$ 4,10 ainda neste pregão.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fará uma palestra em encontro da indústria de construção no Rio de Janeiro, enquanto a comissão especial segue discutindo a reforma da Previdência.
Na quinta-feira (16), Bolsonaro disse que espera que a Medida Provisória 870, sobre a reforma administrativa, seja aprovada pelo Congresso na semana que vem sem alterações e também fez uma defesa da necessidade de reformar a Previdência.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.
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