A estatal Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 1,347 bilhão no primeiro trimestre do ano, um salto de 178% na comparação anual, influenciado por menores perdas na área de distribuição e maiores receitas de geração. A maior empresa de eletricidade da América Latina teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,9 bilhões, alta de 15% frente ao mesmo período do ano anterior, segundo balanço. A companhia estatal, que controla um terço da geração e metade da capacidade de transmissão do Brasil, teve receita operacional líquida de R$ 6,45 bilhões entre janeiro e março, avanço de 6% ano a ano.
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Já os investimentos da elétrica recuaram 43% na comparação anual, para R$ 501 milhões no trimestre, em meio a uma reestruturação da companhia, que nos últimos anos deixou de entrar em novos projetos e passou a vender ativos para reduzir dívidas.
A receita da área de geração da empresa saltou 24,3%, para R$ 5,6 bilhões, impulsionada por uma melhoria nos ganhos de hidrelétricas antigas da companhia, que tiveram a receita atualizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Na área de transmissão, as receitas somaram R$ 2 bilhões, 19,6% abaixo do visto no mesmo trimestre de 2018.
Já na área de distribuição, que a Eletrobras deixou com a venda de suas concessionárias no setor ao longo de 2018, ainda gerou à empresa um prejuízo de R$ 223 milhões com operações descontinuadas, embora bem abaixo das perdas de R$ 1,9 bilhão no ano anterior.
A Eletrobras disse que houve um prejuízo de R$ 1,17 bilhão de sua antiga distribuidora no Amazonas, compensada parcialmente por ganhos de R$ 859 milhões decorrentes da venda de sua distribuidora no Alagoas, a Ceal.
Por outro lado, o resultado foi impactado negativamente por R$ 170 milhões em provisão para um Plano de Demissão Consensual lançado pela companhia neste ano e por outras provisões de R$ 293 milhões, dos quais 220 milhões devem-se a questões relacionadas ao empréstimo compulsório.
A Eletrobras acrescentou ainda que fechou o trimestre com uma relação de 2,2 vezes entre sua dívida líquida e a geração de caixa medida pelo Ebitda gerencial.