O dólar fechou no maior patamar em uma semana frente ao real hoje (25), impulsionado por sinalizações de que os juros nos Estados Unidos podem não cair tão rapidamente quanto se espera, enquanto notícias políticas internas reforçaram o viés de alta para a moeda norte-americana.
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Os ganhos do dólar se deram num dia de forte alta no cupom cambial – taxa de juros em dólar que serve como referência para a percepção de liquidez no mercado. A taxa chegou a alcançar o maior nível desde 9 de maio, depois de fortes saídas de recursos nos últimos dias.
A disparada no cupom chamou o Banco Central ao mercado, e a autoridade monetária injetou, em termos líquidos, US$ 1 bilhão no mercado via leilão de moeda estrangeira com compromisso de recompra.
O dólar à vista subiu 0,69%, a R$ 3,8528 na venda. É o maior nível desde 18 de junho (3,8597 reais) e a maior valorização desde o último dia 14 (1,16%). Na B3, o dólar futuro se apreciava 0,65%, para R$ 3,8500.
O mercado correu para compras de dólares sobretudo depois de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) esfriarem apostas de cortes iminentes de juros. A queda global da moeda nas últimas semanas foi atribuída justamente ao reforço de perspectivas de alívio monetário nos EUA.
Juros mais baixos nos EUA melhoram a relação risco/retorno para aplicações em ativos de mercados mais arriscados, como os emergentes, o que pode estimular entrada de capital para o Brasil, por exemplo. Com isso, há aumento da oferta de dólar, o que tende a reduzir o preço da moeda.
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Mesmo com as ressalvas do Fed nesta sessão, o Goldman Sachs ainda espera que o dólar se enfraqueça contra o euro, o que, segundo o banco, pode favorecer desmonte de posições compradas na divisa norte-americana frente a outras moedas.
Analistas lembram que a posição comprada em dólar contra real ainda é bastante relevante e tem dificultado alívio mais consistente na taxa de câmbio.
“Dentro do universo emergente, estamos mais otimistas com o real brasileiro, peso chileno, peso mexicano, rupia indiana e rublo russo”, afirmaram estrategistas do Morgan Stanley.
Internamente, ruídos políticos ampararam a alta do dólar nesta sessão, com riscos de adiamento da votação da reforma da Previdência na comissão especial da Casa, prevista para esta semana, e a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de julgar dois pedidos de liberdade apresentados pela defesa do ex-presidente Lula.
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