O dólar teve ligeira alta frente ao real hoje (24), oscilando ao longo do dia entre leves ganhos e perdas, com o mercado doméstico não conseguindo captar o dia de fraqueza da moeda norte-americana no exterior.
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Uma medida de risco, contudo, caiu a uma mínima desde março. O dólar à vista teve variação positiva de 0,07%, a R$ 3,8265 na venda. Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento registrava oscilação positiva de 0,04%.
A desvalorização do dólar na semana passada a mínimas em três meses e a análise do mercado do noticiário do fim de semana sobre a articulação política pela reforma da Previdência justificaram a postura menos otimista nesta sessão.
No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro questionou se algumas iniciativas do Congresso o deixariam em uma posição figurativa, sem condições de fazer as nomeações. Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Parlamento não tem a intenção de reduzir as atribuições do presidente da República.
Também nesta segunda, o presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que parlamentares aliados ao governo não devem “forçar a barra” ao buscar alterar o parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP).
Meses atrás, ruídos entre Executivo e Legislativo levaram investidores a duvidar que uma reforma da Previdência com potência fiscal mínima pudesse ser aprovada. Ainda que o clima entre os dois Poderes tenha melhorado desde então, o mercado segue atento a sinais de contenda entre ambos.
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De forma geral, porém, a percepção de risco do mercado segue em queda. A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses, por exemplo, recuou nesta sessão para 12,39% ao ano, colada na mínima do dia, de 12,38% – menor patamar intradiário desde 5 de março (12,25%).
A queda da volatilidade implícita mostra que o mercado tem reduzido a demanda por proteção cambial via contratos de opção de dólar, reflexo da melhora tanto do clima interno quanto externo.
Esta sessão foi ainda mais fraca para o dólar no exterior do que no Brasil, com a moeda norte-americana cedendo 0,2% contra uma cesta de moedas.
No médio prazo, o BofA acredita que cortes de juros pelo Federal Reserve vão enfraquecer o dólar no mundo. Mas estrategistas do banco chamam atenção para o fato de “a maior parte das boas notícias do pano de fundo global” já estar nos preços, enquanto o posicionamento a favor de emergentes corre risco de se tornar excessivo.
“Embora os motivos sejam certamente diferentes, as dinâmicas de preço e fluxo lembram as vistas no primeiro trimestre de 2018, quando o mercado acabou sofrendo uma importante correção após as reuniões do FMI em abril”, afirmaram em nota estrategistas do BofA.
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