O dólar teve leve queda ante o real hoje (17), respondendo mais uma vez ao movimento da moeda no exterior, onde predominam expectativas de que o Federal Reserve reduzirá os juros no fim deste mês, o que tende a melhorar a liquidez e atrair capital para mercados como o Brasil.
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A correlação entre os mercados de câmbio doméstico e internacional subiu e já é a mais positiva desde março de 2018, numa evidência da forte aderência entre os movimentos local e estrangeiro nos últimos dias.
O dólar à vista caiu 0,25%, a R$ 3,7617 na venda. O índice, que mede o valor da moeda norte-americana frente a uma cesta de divisas, cedia 0,18% no fim da tarde.
Com menor fluxo de notícias locais – conforme a retomada dos trâmites da reforma da Previdência ficou para agosto -, operadores têm reagido mais intensamente ao noticiário externo, que em linhas gerais ainda ampara cenários de dólar mais fraco.
Dessa forma, uma medida do grau de sintonia entre os mercados de câmbio doméstico e externo tem subido e já se encontra nos maiores níveis em 16 meses.
A correlação de dez pregões entre ambos saltou para 0,64, maior valor desde o nível de 0,7 de 9 de março de 2018. Quanto mais próximo de 1, mais alinhados estão os preços de dois ativos.
Em meados de maio, essa medida estava em -0,67, reflexo de movimentos discordantes entre o dólar no Brasil e no exterior. Nesse período, a moeda norte-americana estava acima de R$ 4, pressionado por incertezas sobre o andamento da reforma das aposentadorias.
Mantida a correlação positiva elevada, a tendência do dólar no Brasil é de queda, pelo menos na visão do Morgan Stanley, já que o banco vê a moeda se enfraquecendo mais no exterior como forma de reflacionar a economia norte-americana.
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“A recente comunicação do Fed apontando a baixa inflação e riscos comerciais e ao crescimento sugere que o BC dos EUA pode surpreender com um corte agressivo de juros”, disseram estrategistas do banco.
Em outro fator de suporte ao real, o Goldman Sachs afirmou que no Brasil o BC também pode limitar as quedas da Selic para evitar pressões maiores sobre o câmbio.
“Já houve um alívio das condições financeiras com o rali dos ativos recentemente, e um corte agressivo da Selic poderia ser contraproducente”, afirmou Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas do Goldman Sachs para a América Latina.
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