A Ford divulgou hoje (24) lucro trimestral abaixo do esperado, pressionada por custos de reestruturação de unidades na Europa e na América do Sul, incluindo no Brasil, onde abandonou a produção de caminhões e fechou fábrica em São Bernardo do Campo (SP).
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A montadora norte-americana ainda apresentou previsão de lucro para o ano aquém das previsões de analistas.
Praticamente todo o lucro antes de impostos da Ford no segundo trimestre veio da América do Norte, seu mercado mais lucrativo, onde caminhonetes geram margens elevadas de lucro para a montadora de Michigan e suas rivais de Detroit: General Motors e Fiat Chrysler.
A Ford também registrou um pequeno lucro na Europa e uma perda muito menor na China em relação ao segundo trimestre de 2018, já que melhores preços e novos modelos de luxo ajudaram a compensar um desempenho fraco naquele mercado.
As vendas da Ford na China caíram 21,7% no trimestre, após uma queda de 35,8% no trimestre anterior.
Em abril, a Ford anunciou que planeja lançar mais de 30 novos modelos nos próximos três anos para reformular sua linha de veículos na China.
A reestruturação da Ford inclui redução de custos e revisão de sua linha de produtos nos principais mercados globais, como China e Europa. A montadora informou que até agora registrou apenas US$ 2,2 bilhões dos US$ 11 bilhões de em encargos previstos para reestruturação global.
Em junho, a Ford disse que cortará 12 mil empregos, fechará cinco fábricas e cortaria turnos em outras fábricas na Europa até o fim de 2020, num esforço para voltar à lucratividade.
Em maio, a empresa disse que eliminaria cerca de 10% de sua força de trabalho assalariada global, cortando cerca de 7.000 empregos até o final de agosto.
No começo do mês, Ford e Volkswagen disseram que gastarão bilhões de dólares para desenvolver conjuntamente veículos elétricos e autônomos, aprofundando uma aliança global para reduzir os custos de desenvolvimento e fabricação. O tamanho e o momento da recompensa dessa aliança permanecem desconhecidos.
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A Ford não havia feito uma previsão de lucro para este ano. A companhia disse na quarta-feira que espera lucro por ação no ano de entre US$ 1,20 e US$ 1,35 por ação. Analistas previam US$ 1,39 por papel, segundo o IBES da Refinitiv.
Falando a repórteres, o diretor financeiro da Ford, Tim Stone, disse que a empresa agora espera um lucro ajustado antes de impostos para 2019 de até US$ 7,5 bilhões, ante uS$ 7 bilhões em 2018.
Para o primeiro semestre, a Ford teve lucro antes de impostos de US$ 4,1 bilhões, o que significa que na melhor das hipóteses a montadora terá lucro antes de impostos de US$ 3,4 bilhões na segunda metade do ano.
A segunda maior montadora de veículos dos Estados Unidos teve lucro líquido de US$ 148 milhões no segundo trimestre, ou US$ 0,04 por ação, abaixo do US$ 1,1 bilhão, ou US$ 0,27 por ação, um ano antes.
Excluindo efeitos extraordinários, a empresa lucrou US$ 0,28 por ação. Analistas previam lucro de US$ 0,31 por papel.
A receita ficou estável em US$ 38,9 bilhões, acima dos US$ 35,07 bilhões previstos pelos analistas.
Tks