O governo deve arrecadar cerca de R$ 18 bilhões com o processo de capitalização da Eletrobras, que irá desestatizar a companhia, ao diluir a participação estatal na empresa a uma posição minoritária, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em entrevista à GloboNews. Os recursos serão obtidos por meio da emissão de novas ações da companhia, que poderá movimentar entre R$ 30 bilhões e R$ 36 bilhões no total, segundo o ministro, com parte dos valores sendo destinados a pagar um bônus de outorga à União em troca da renovação em condições mais favoráveis de concessões da companhia.
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Na entrevista à GloboNews, Albuquerque afirmou que o modelo de capitalização da estatal deverá ser levado ao presidente Jair Bolsonaro para uma decisão final em até duas semanas. “Esse modelo nós estamos ainda finalizando. Eu e o ministro (da Economia) Paulo Guedes pretendemos apresentar isso para o presidente Bolsonaro na próxima semana ou na outra, para que ele aprove o modelo que vai ser encaminhado ao Congresso Nacional para apreciação”, disse.
Albuquerque, que é almirante da Marinha, disse também não ter oposição à desestatização da Eletrobras em meio à capitalização. “Eu acho que pode, e até teve, num momento passado, a importância de termos empresas estatais, mas hoje em dia eu não vejo nenhum sentido em, por exemplo, a Eletrobras ser uma empresa estatal”, afirmou.
Segundo o ministro, “não vão faltar interessados” em comprar ações da companhia na capitalização, mas haverá um limite para a fatia que os investidores poderão comprar em papéis, de forma a evitar que uma empresa possa controlar a elétrica, que se transformará em uma corporação, sem controlador definido. “Esse é o modelo mais aplicado hoje no mundo, 70% das empresas desse porte da Eletrobras no mundo são ‘corporations’, são empresas que foram capitalizadas em que o Estado tem uma participação”, disse.
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