O dólar fechou no menor nível em mais de seis semanas, abaixo de R$ 3,80, com investidores lendo a aprovação da reforma da Previdência em comissão na Câmara como um reforço a esperanças de passagem acelerada da matéria pelo Congresso, o que abriria espaço para nova etapa da agenda de reformas do governo.
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Pelo segundo pregão consecutivo, o real liderou os ganhos nos mercados globais de câmbio. O dólar à vista fechou a sessão de hoje (4) em baixa de 0,71%, a R$ 3,7993 na venda. É o menor patamar para um encerramento desde 20 de março (R$ 3,7661). Na B3, o dólar futuro cedia 0,68%, para R$ 3,8085.
O texto-base do parecer da reforma da Previdência foi aprovado por 36 votos a favor e 13 votos contra. Diferentemente do plenário da Câmara, onde a reforma precisa de três quintos dos votos para ser aprovada por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), na comissão era preciso apenas maioria simples.
Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o governo tem a expectativa de que a proposta de reforma da Previdência será votada em dois turnos no plenário da Câmara na próxima semana.
“Acho muito difícil a aprovação antes do recesso e, se isso acontecer, o mercado pode reagir com mais queda do dólar”, disse Rodrigo Franchini, responsável pela área de produtos da Monte Bravo. Franchini ressalvou, contudo, que seria natural um ajuste para cima confirmadas as expectativas mais positivas.
“No fim, acho que a taxa de R$ 3,80 é um patamar justo para o fim do ano.”
Com a queda desta sessão, a moeda norte-americana se distanciou de sua média móvel de 200 dias, importante indicador técnico. Permanecer abaixo da média de 200 dias pode sinalizar mais quedas à frente.
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Porém, o índice de força relativa de 14 dias (IFR-14) – que mede quão rápido um ativo variou em relação à sua média – já está em 35. Valores de 30 para baixo indicam que o ativo está excessivamente desvalorizado, o que aumenta chances de um ajuste – no caso, de alta do dólar. O índice varia de zero a 100.
A última vez que o IFR-14 encostou em 30 foi em janeiro, quando o dólar oscilava em torno de R$ 3,68. A partir de então a cotação engatou altas e bateu R$ 4,10 em meados de maio.
Analistas têm dito que a probabilidade de um dólar sustentavelmente mais baixo passa pela retomada da economia. Mas, por ora, a atividade tem dado sinal contrário e com riscos de recessão, o que explica as limitadas perspectivas de desvalorização muito mais intensa da divisa norte-americana.
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