O dólar começou a semana em forte alta, superando durante os negócios a marca psicológica dos R$ 4 pela primeira vez desde o fim de maio, na esteira de notável aversão a risco no exterior e do surto de volatilidade nos mercados argentinos após a vitória da oposição em eleições primárias.
LEIA MAIS: Dólar supera marca de R$ 4 na abertura
O dólar à vista fechou em alta de 1,06%, a R$ 3,9837 na venda. É o maior patamar para um encerramento desde 28 de maio (R$ 4,0242). Na máxima do pregão, o dólar spot bateu R$ 4,0140. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,91%, a R$ 3,9845.
O câmbio doméstico sentiu o aumento da volatilidade no mercado argentino, onde o peso desabou cerca de 30% no pior momento do dia, para uma nova mínima recorde, diante de receios de que o futuro governo possa adotar políticas econômicas heterodoxas.
A correlação de 200 dias entre real e peso argentino tem estado em torno de 0,68, nas máximas desde o começo do ano. Quanto mais próximo de 1, mais os dois ativos tendem a oscilar na mesma direção.
A instabilidade no mercado argentino tende a afetar o brasileiro uma vez que o país vizinho é importante destino das exportações brasileiras de manufaturados, cujas quedas podem impactar negativamente o já lento crescimento econômico doméstico.
Mas o dólar se fortaleceu de forma generalizada ante emergentes, diante dos receios em torno da guerra comercial entre chineses e norte-americanos. A fuga de risco beneficiou o iene e derrubou Wall Street. “Esperamos que a incerteza continue elevada em agosto conforme o próximo capítulo da guerra (comercial) entre EUA e China se desenrola”, disseram estrategistas do Bank of America em nota a clientes. “A América Latina parece ser a região mais exposta dentre os emergentes”, acrescentaram.
Em meio às incertezas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que o Brasil tem posição cambial “sólida” e está preparado para enfrentar crises. O país tem quase US$ 389 bilhões em reservas cambiais, com US$ 68,9 bilhões em swaps cambiais de posse do mercado.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Tenha também a Forbes no Google Notícias