O dólar fechou em queda ante o real hoje (20), em um ajuste técnico, conforme a moeda norte-americana caiu frente a outras divisas. Movimento veio na esteira da baixa nos rendimentos dos Treasuries, o que reduz a atratividade do dólar como investimento.
A cotação negociada no mercado à vista caiu 0,40%, a R$ 4,0516 na venda. Na véspera, a divisa havia encerrado com forte alta de 1,60%, a R$ 4,0677 na venda, maior nível de fechamento desde 20 de maio. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez cedia 0,58%, a R$ 4,0555 reais nesta terça-feira.
Um índice que mede o valor do dólar frente a uma cesta de moedas recuava 0,19%. O dólar caía ante 24 dentre 33 pares, com moedas emergentes como peso colombiano, rand sul-africano e peso chileno liderando os ganhos, numa correção parcial depois de firme desvalorização na véspera.
A volatilidade moderou, mas segue bem acima de mínimas recentes, em um sinal de que o mercado continua a esperar intenso vaivém no câmbio. A volatilidade implícita para três meses caiu a 12,95% ao ano, de 13,025% na véspera e mínima de 10,383% em 22 de julho.
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Em agosto, o dólar acumula alta de 6,14%, a caminho da maior valorização mensal desde agosto do ano passado (+8,46%). O aumento dos temores de desaceleração forte em importantes economias, chances de os Estados Unidos cortarem os juros em ritmo mais lento e a crise na Argentina compõem o quadro desfavorável ao real neste mês.
“Quando o peso argentino cai 20%, não há nada de idiossincrático nisso. [O movimento] faz com que as moedas de grandes parceiros comerciais se apreciem, mas elas vão precisar se desvalorizar também”, disse no Twitter Robin Brooks, economista-chefe do (IIF, na sigla em inglês).
“Além disso, faz com que os mercados vendam outros emergentes, já que vender a Argentina é difícil. Como em 2018, o contágio é mais forte para Brasil e Turquia”, acrescentou.
A lira turca caía mais de 1% ante o dólar nesta terça, liderando as perdas nos mercados globais de câmbio.
Nesta semana, as atenções do mercado estão voltadas para a agenda do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), com a divulgação na quarta-feira (21) da ata de sua última reunião de política monetária, enquanto no fim da semana começa o simpósio anual de Jackson Hole, onde várias autoridades se reunirão para discutir as questões atuais da economia mundial.
O mercado acompanhará ainda na quarta o primeiro dia dos leilões simultâneos de venda de dólares das reservas e de contratos de swap cambial reverso. As operações visam trocar posição cambial do Banco Central do mercado de derivativos para o spot.
A expectativa é que o BC anuncie detalhes dos leilões ainda nesta terça-feira.
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