O dólar voltou a subir ante o real hoje (29), alcançando o maior patamar de fechamento desde setembro do ano passado, na esteira de novo dia turbulento na vizinha Argentina e com o mercado ainda digerindo a estratégia de atuação do Banco Central no câmbio.
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O dólar à vista teve alta de 0,34%, a R$ 4,1717 na venda. É o maior nível para um encerramento desde 13 de setembro de 2018, data em que a cotação terminou em R$ 4,1957, máxima recorde do Plano Real. Na B3, o dólar futuro operava perto da estabilidade, a R$ 4,1695.
A moeda norte-americana sobe 1,15% na semana, a caminho de contabilizar a sétima semana consecutiva de valorização, mais longa série do tipo desde as mesmas sete semanas de alta registradas entre o começo de novembro e meados de dezembro de 2018.
“O grande destaque negativo do dia foi a notícia ontem pós-fechamento do mercado de que a Argentina postergaria o pagamento” de dívidas, disse a corretora Renascença em nota.
Analistas têm afirmado que a performance mais fraca do real nos últimos dias tem relação direta com a crise no país vizinho, terceiro maior parceiro comercial do Brasil.
O que ajudou a limitar a alta do dólar nesta sessão foi o otimismo quanto às negociações comerciais entre China e Estados Unidos, com autoridades de ambos os países mostrando disposição a uma nova rodada de conversas.
A quinta-feira foi marcada ainda pelo último dia de intervenções do Banco Central no mercado spot para trocar US$ 3,8 bilhões em swaps cambiais por moeda à vista. O BC já anunciou operações semelhantes para setembro.
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Nesta semana, o BC retomou a venda “pura” de dólar à vista no mercado pela primeira vez em uma década. A atuação do BC e a já longa série de altas do dólar indicam ao mercado que a moeda pode no curto prazo dar uma pausa na valorização.
O índice de força relativa (IFR) de 14 dias – que mede quão rápido um ativo se movimentou em relação a seu padrão – saltou para 74,79 nesta sessão, em torno de máximas em um ano. O índice vai de zero a 100. Patamares acima de 70 sugerem que um ativo está excessivamente valorizado, o que é interpretado como um sinal de correção de baixa à vista.
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