O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou hoje (6) que o período atual é mais conturbado para o cenário externo, mas ressaltou que o BC está tranquilo e considera que é preciso olhar para o longo prazo.
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A fala, em evento promovido pelo jornal “Correio Braziliense”, foi feita após a China permitir na véspera o rompimento da marca cambial de 7 yuans por dólar, desencadeando uma onda de aversão ao risco pela perspectiva de acirramento da guerra comercial com os Estados Unidos.
Campos Neto lembrou que, no balanço de riscos para a inflação, o BC tem mencionado que o risco relacionado ao andamento das reformas econômicas se intensifica no caso de reversão do cenário externo benigno para economias emergentes. “Estamos em um período um pouco mais conturbado agora [em relação ao quadro internacional], mas estamos tranquilos. Eu acho que a gente tem que olhar um cenário mais no longo prazo”, disse.
Ele voltou o ressaltar que o Brasil tem sólida posição nas contas externas, com volume de reservas internacionais “bastante grande”. “Estamos tranquilos para navegar esse momento mais incerto pela frente”, assinalou.
O presidente do BC afirmou que a guerra comercial teve várias fases, incluindo um primeiro momento em que se imaginava que um aumento de tarifas iria promover alta da inflação mundo afora, o que acabou não acontecendo. Campos Neto destacou que houve na realidade queda nos índices de preços e revisões para as estimativas de crescimento global, quadro que ensejou cortes de juros por bancos centrais em diversas economias.
Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, inclusive, o BC já tinha avaliado que, de maneira geral, o cenário externo havia evoluído de maneira benigna, com estímulos monetários promovidos pelos BCs contribuindo para o afrouxamento das condições financeiras globais.
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Em sua fala, Campos Neto afirmou que o balanço de riscos analisado pelo BC evoluiu de maneira favorável, com dois dos três fatores tendo melhorado “bastante”, mas reiterou que o risco ligado às reformas ainda é preponderante para a autoridade monetária.
“Gostaria de enfatizar que as reformas ainda estão em andamento, e nós esperamos uma continuidade neste processo”, ponderou. “A mãe das reformas é a da Previdência, mas esperamos que elas continuem, trabalhamos com este cenário”, completou ele.
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