A mineradora Vale prevê um terceiro trimestre “bastante forte”, após dois trimestres de prejuízos com impactos do rompimento mortal de uma de suas barragens em Brumadinho (MG), afirmou hoje (1) o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani.
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A gestão da companhia, no entanto, tem focado principalmente nas reparações relacionadas ao desastre, deixando discussões como o pagamento de dividendos aos acionistas para um segundo momento.
No segundo trimestre, o prejuízo líquido da Vale foi de US$ 133 milhões, principalmente devido à inclusão de novas provisões para futuros custos que serão demandados pelo colapso de sua estrutura, em 25 de janeiro.
“Esperamos que o segundo trimestre tenha sido de transição e que vamos ter um terceiro trimestre bastante forte para suportar a reparação e os futuros retornos aos acionistas”, afirmou Siani, destacando que as provisões anunciadas já trazem uma segurança sobre os valores que serão empenhados.
No segundo trimestre, a empresa apresentou uma provisão adicional de US$ 1,5 bilhão. No primeiro trimestre, a Vale havia feito um provisionamento de US$ 4,5 bilhões devido à tragédia de Brumadinho.
O colapso da estrutura, com mais de 11 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, atingiu instalações da Vale, comunidades, mata e rios da região, incluindo o Paraopeba. Foram confirmados 248 mortos e 22 ainda estão desaparecidos.
“Do ponto de vista qualitativo, nós temos já uma boa ideia daquilo que vai ser o escopo da reparação e compensação ambiental e estamos usando a melhor estimativa… portanto, daqui para frente, o que pode e vai acontecer naturalmente são oscilações, mas em torno desse grande número.”
OPERAÇÕES
Com a tragédia, a Vale foi levada a interromper diversas atividades em meio a uma revisão da segurança de suas estruturas. Recentemente, a empresa obteve liberação para voltar a operar Brucutu, sua principal mina de Minas Gerais, e parte de sua produção em Vargem Grande, no mesmo Estado.
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Com isso, a empresa elevou sua capacidade de produção de minério de ferro para o intervalo entre 340 milhões a 345 milhões de toneladas por ano.
Antes do desastre, a estimativa da empresa era atingir 400 milhões de toneladas em 2019, o que agora só deverá ser possível em cerca de dois ou três anos, segundo os executivos da empresa.
Siani pontuou também durante a teleconferência que a produção de minério de ferro da Vale no segundo semestre é mais forte sazonalmente, o que irá contribuir para que a mineradora atinja seu atual guidance de vendas, de entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas.
No primeiro semestre, as vendas de minério de ferro da empresa somaram 117,361 milhões de toneladas.
Já nos metais básicos, a Vale planeja um crescimento de 30% na produção de cobre.
No que diz respeito ao níquel, haverá manutenções programadas no Canadá, no terceiro trimestre, mas haverá aumento de produção. “O quarto trimestre (de níquel) será muito forte”, disse Siani.
No entanto, Siani pontuou que as operações de níquel de Vale Nova Caledonia (VNC) ainda não apresentarão melhorias expressivas no segundo semestre.
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