O dólar devolvia as quedas iniciais e avançava contra o real hoje (29), em sessão volátil marcada pela formação da Ptax, com os investidores de olho na decisão do banco central chileno de intervir no câmbio local.
Às 10:46, o dólar avançava 0,08%, a R$ 4,2193 na venda. No entanto, na mínima do pregão, a moeda norte-americana chegou a tocar os R$ 4,1829.
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Na véspera (28), o dólar à vista fechou em queda de 1,00%, a R$ 4,2160 na venda, apoiado por atuações cambiais extraordinárias do Banco Central do Brasil e pela revisão para cima da balança comercial doméstica.
O contrato mais negociado de dólar futuro tinha alta de 0,67% nesta sexta-feira, a R$ 4,218, tendo registrado queda acentuada no dia anterior após o banco central do Chile anunciar pesada venda de dólares no mercado local, o que também teve impacto sobre a cotação à vista desta sexta-feira na abertura dos mercados brasileiros.
O Banco Central do Chile informou na quinta-feira que intervirá no mercado de câmbio com vendas de até US$ 20 bilhões, em meio ao recente colapso da moeda local, o peso, devido à incerteza social que o país está enfrentando. A intervenção ocorrerá a partir de segunda-feira e ocorrerá até maio do próximo ano.
O peso do Chile abriu em alta de 3,33% nesta sexta-feira, a 801,50/801,80 por dólar.
No entanto, o dólar reverteu seu curso e passava a subir contra o real no mercado interbancário nesta sessão, o que, segundo Cleber Alessie Machado, operador da H.Commcor, deve-se à formação da Ptax, evento que tradicionalmente adiciona volatilidade aos negócios.
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“No último dia útil sempre há formação da Ptax, e sempre há brigas”, disse. “Por conta dessa mudança drástica na cotação que vimos ao longo deste mês, a disputa promete ser intensa. Hoje vamos ter muitos movimentos técnicos e especulativos sem nenhuma manchete relevante.”
Em novembro, a moeda norte-americana acumulou ganhos fortes contra o real, por motivos que variam da decepção com os leilões de excedentes da cessão onerosa às tensões políticas no Brasil e na América Latina. Apenas nesta semana, o dólar registrou três máximas recordes seguidas para fechamento, defendendo posição acima dos R$ 4,20.
Diante da disparada recente da divisa dos EUA, o Banco Central anunciou quatro leilões extraordinários esta semana, em tentativa de controlar um comportamento exagerado da taxa de câmbio.
Machado, quando perguntado se as intervenções do BC devem permanecer, disse que a instituição “só tem que garantir bom funcionamento do mercado. Recentemente, viu excesso e atuou. Se o BC voltar a ver que o mercado está ficando disfuncional, ele vai voltar a atuar de novo”.
No exterior, o dólar ganhava contra as principais moedas, registrando alta de 0,14%. Divisas emergentes pares do real, como a lira turca e o peso mexicano, recuavam contra a divisa norte-americana.
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