Depois de fechar em máximas recordes por três sessões seguidas, o dólar recuava contra o real hoje (28), com as intervenções do Banco Central diante da disparada recente da moeda norte-americana compensando notícias pessimistas sobre a guerra comercial.
Às 10:37, o dólar recuava 0,33%, a R$ 4,2444 na venda. O dólar futuro mais negociado registrava queda de 0,47% na B3, a R$ 4,244. No pregão anterior, o dólar à vista renovou uma máxima histórica para encerramento pela terceira vez seguida, fechando em alta de 0,44%, a R$ 4,2586 na venda.
LEIA MAIS: Dólar fecha a quase R$ 4,26 e bate 3º recorde histórico seguido
A disparada recente da moeda, que chegou a se aproximar dos R$ 4,28 na máxima intradia de terça-feira (26), foi desencadeada por comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que a alta do dólar pode permanecer por algum tempo.
Depois da fala do ministro, os mercados começaram a forçar o patamar da moeda, em busca de sinais de intervenção do Banco Central, estressando o dólar a níveis históricos. O BC respondeu, promovendo leilões extraordinários para atenuar os problemas de liquidez.
Entre terça e quarta, o BC realizou três ofertas líquidas de dólar à vista, informando as operações no decorrer do pregão. Mas ao final da quarta-feira (27), o BC anunciou estratégia diferente ao anunciar oferta líquida de até US$ 1 bilhão em moeda à vista para o pregão desta quinta-feira, em tentativa de melhorar a previsibilidade ao mercado e ajudar a acalmar a cotação do dólar.
“(O Banco Central está) deixando claro que não está satisfeito com o atual patamar da moeda e que tem ‘artilharia’ suficiente para dar uma resposta ao mercado”, explicou em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.
A intervenção forneceu certo alívio para o real no início da sessão, mas Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, alertou para a permanência da volatilidade nos mercados.
“A queda inicial não pode ser tomada como definitiva”, disse. “O mercado ainda não achou referência para a taxa de câmbio. Ainda é um quadro muito volátil.”
VEJA TAMBÉM: Após recorde, dólar tem leve alta ante real
Segundo Campos Neto, em caso de nova aproximação do dólar a recordes máximos, há probabilidade de ainda mais atuação do Banco Central, caso seja identificado um movimento exagerado e fora de contexto.
Nesta sessão, o Banco Central vendeu todos os US$ 1 bilhão em moeda à vista ofertados no leilão extraordinário.
Por outro lado, a autarquia não vendeu contratos de swap cambial reverso ou dólar à vista, de oferta de até 15.700 e US$ 785 milhões, respectivamente. Adicionalmente, o BC leiloará contratos de swap tradicional para rolagem do vencimento janeiro de 2020.
No exterior, o mercado permanece de olho nas tensões comerciais, depois que a China alertou os EUA que tomará “contramedidas firmes” em resposta à legislação norte-americana que apoia manifestantes contrários ao governo em Hong Kong, dizendo que tentativas de interferir na cidade com comando chinês estão “fadadas ao fracasso”.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.