O dólar engatava queda contra o real hoje (19) depois de fechar em uma máxima recorde na sessão anterior, acima dos R$ 4,20, com os agentes do mercado cautelosamente otimistas em relação à guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Às 10:48, a moeda norte-americana recuava 0,22%, a R$ 4,1970 na venda, mas chegou a tocar os R$ 4,2203 na máxima do pregão. O dólar à vista fechou numa máxima recorde de R$ 4,2061 na venda na última segunda-feira (18), com alta de 0,3%, em meio ao pessimismo sobre um acordo preliminar entre EUA e China. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez registrava queda de 0,41%, a R$ 4,201.
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A retórica comercial, responsável pela alta do dia anterior, era mais uma vez o centro das atenções nos mercados, com os investidores à espera de novos acontecimentos na prolongada disputa entre as duas maiores economias do mundo.
Na segunda-feira, a “CNBC” informou que o humor em Pequim sobre um acordo comercial com os Estados Unidos é pessimista, devido à relutância do presidente norte-americano, Donald Trump, em retirar tarifas, o que pesou sobre o apetite por risco.
“Essa incerteza em relação ao futuro e as várias estimativas mostrando o menor crescimento da economia global devido à disputa pioraram o sentimento”, explicou Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset.
No entanto, a notícia de que o governo dos Estados Unidos anunciou uma nova extensão de 90 dias na licença que permite que empresas norte-americanas sigam fazendo negócios com a chinesa Huawei fornecia certo alívio para o real.
Com o dólar em níveis recordes, as atenções também se voltam para o Banco Central, em busca de pistas sobre sua atuação frente à superação dos R$ 4,20, considerado por muitos como um patamar de resistência da moeda.
Para Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, ainda não há expectativas de atuação do BC, já que o real apenas seguiu o movimento de outras moedas emergentes no decorrer das últimas sessões.
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“O que faz sentido em relação a uma atuação do BC mais agressiva é quando o real não está seguindo outras moedas vizinhas”, disse. “A gente tem que esperar pra entender se essa alta é um movimento que veio para ficar. O que dá a entender é que ainda está em linha com outras emergentes.”
Nesta terça-feira, as moedas emergentes pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e a lira turca, registravam altas contra a moeda norte-americana.
Mais cedo, o BC cancelou os leilões de swap cambial reverso e dólar à vista, devido ao feriado de quarta-feira (20) em São Paulo pelo Dia da Consciência Negra.
O BC comunicou ainda que na quarta-feira não haverá oferta simultânea de dólar à vista e de contratos de swaps. “Os volumes que seriam ofertados nesses dias serão distribuídos nos demais dias úteis do mês”, disse.
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