dólar operava em alta contra o real hoje (12), ainda sentindo a repercussão dos ruídos políticos da semana passada, com os investidores à espera de um discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deve oferecer pistas sobre o avanço de sua guerra comercial contra a China.
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Às 10:32, a moeda norte-americana avançava 0,72%, a R$ 4,1727 na venda. Na véspera, o dólar à vista fechou em baixa de 0,61%, a R$ 4,1428, a maior queda em duas semanas frente ao real, sofrendo ajuste após registrar na semana passada a maior alta semanal em 14 meses. Nesta terça-feira, o dólar futuro de maior liquidez registrava alta de 0,30%, a R$ 4,170.
“Há o reflexo do discurso um pouco agressivo do Lula”, disse Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam Corretora, sobre o movimento da moeda norte-americana nesta terça-feira. “A partir do momento em que o STF promulgou a decisão sobre a prisão em segunda instância, o mercado ficou mais insistente nessa questão, e neste momento vamos ter um pouco mais de pressão.”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi libertado na sexta-feira (8) da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde estava preso desde abril do ano passado, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a prisão após condenação em segunda instância.
A corte decidiu que, para que a pena de prisão comece a ser cumprida, é necessário que todos os recursos possíveis estejam esgotados, o chamado trânsito em julgado.
Ao deixar o prédio da Polícia Federal, Lula fez um discurso duro, em que questionou a legitimidade da eleição de Jair Bolsonaro, e fez ataques ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e ao coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
Buscando sinais de progresso na prolongada guerra comercial entre Estados Unidos e China, nesta sessão os investidores também estavam atentos a um discurso do presidente norte-americano Donald Trump, que falará ao Clube Econômico de Nova York sobre sua política comercial.
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“Sempre que o Trump fala de comércio, ele tem a definição na mão”, comentou Ferreira. “Se ele falar de um acordo, o mercado ficará mais tranquilo, e, se não falar, pode ficar ainda mais pressionado.”
O cenário externo era de força da moeda norte-americana em meio à expectativa sobre o discurso de Trump, com o índice do dólar em relação às principais moedas avançando 0,15%.
As moedas emergentes pares do real, como a lira turca e o peso mexicano, registravam quedas contra a divisa dos Estados Unidos.
O Banco Central não vendeu contratos de swap cambial reverso nem dólares à vista nesta terça-feira, de oferta de até 12 mil e US$ 600 milhões, respectivamente.
Adicionalmente, a autarquia também ofertará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento em janeiro de 2020.
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