Depois de abrir estável, o dólar passava a subir contra o real no pregão hoje (5), com os investidores em busca de notícias mais concretas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, em dia de cúpula do Mercosul.
Às 10:29, o dólar avançava 0,40%, a R$ 4,2191 na venda. No entanto, a divisa começara o dia estável contra o real, tocando os R$ 4,2012 na mínima do dia. Na sessão anterior, o moeda norte-americana fechou em leve queda de 0,09%, a R$ 4,2023 na venda, depois de ter atingido R$ 4,1843 na mínima do dia. O dólar futuro operava em alta de 0,24% neste pregão, a R$ 4,2220.
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Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, “os investidores continuam procurando notícias mais concretas sobre um acordo comercial entre Estados Unidos e China”.
Nesta quinta-feira, o Ministério do Comércio chinês disse que tarifas precisam ser reduzidas para que a China e os Estados Unidos alcancem um acordo provisório sobre comércio, um dia depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar otimismo em relação às negociações.
As delegações comerciais dos dois lados continuam travadas em discussões sobre “importantes questões de preocupação”, com o aumento das tensões bilaterais sobre questões não relacionadas ao comércio, como protestos em Hong Kong, prejudicando as perspectivas para um acordo no curto prazo buscando acabar com a guerra comercial.
A China alertou na quarta-feira (4) que a legislação dos EUA pedindo uma resposta mais dura ao tratamento dado por Pequim aos Uighurs na região chinesa de Xinjiang afetará a cooperação bilateral.
As dúvidas em relação ao progresso prejudicavam o apetite por risco, consequentemente reduzindo a busca por moedas emergentes. “As moedas estão vulneráveis a quaisquer sinais da guerra comercial”, explicou Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets.
Contra moedas emergentes pares do real, como a lira turca e o rand sul-africano, o dólar registrava ganhos nesta quinta-feira.
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Ainda no radar dos investidores estava a cúpula do Mercosul, que contará com a presença do presidente Jair Bolsonaro, que será acompanhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo chanceler, Ernesto Araújo. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também comparecerá.
“Vamos prestar atenção à cúpula. O evento está previsto e parece que está tudo dentro do cronograma. Evento não deve reservar grandes surpresas negativas”, disse Abdelmalack.
Sobre o movimento do dólar daqui para frente, Pablo Spyer disse que “o dólar ainda não engrenou queda muito forte, mas vem arrefecendo em relação ao patamar próximo de R$ 4,30 tocado em novembro”.
Segundo ele, apesar da pressão que vem da projeção de mais um corte na taxa Selic, a recomendação de compra do Brasil por parte de grandes bancos do exterior melhora a expectativa de fluxo e pode favorecer o real.
Nesta quinta-feira, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os US$ 500 milhões em moeda spot ofertados.
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