O dólar fechou hoje (9) com a maior alta em dois meses frente ao real, para o patamar mais alto em três semanas, puxado por mais um dia de força da moeda norte-americana em todo o mundo, movimento que tem marcado este começo de 2020.
O aumento das tensões entre Estados Unidos e Irã deu o argumento para investidores retomarem compras defensivas de dólares, depois de a moeda ter recuado em dezembro. Segundo Bruno Marques, gestor dos fundos multimercados da XP Asset, o real pode estar “levemente pior” que alguns pares emergentes, mas de maneira geral tem acompanhado seus rivais.
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“Estamos inclusive com uma posição pequena e tática comprada em real. Ainda estamos nos adaptando a esse ambiente de juro baixo […] e boa parte do movimento de troca de dívida do ano passado parece que ficou para trás”, disse, referindo-se ao movimento de antecipação de pagamentos de dívida externa por empresas brasileiras, que implicou saída de dólares no ano passado.
O Brasil perdeu mais de US$ 44,7 bilhões no ano passado, pelos números do fluxo cambial, pior dado anual da série histórica do Banco Central.
Nesta quinta, o real sofreu pressão adicional de dados mais fracos da produção industrial, que se somam a recentes números apontando perda de vigor nos setores manufatureiro e de serviços no país no fim do ano passado.
No mercado à vista, o dólar encerrou em alta de 0,85%, a R$ 4,0864 na venda. É a maior valorização percentual diária desde 8 de novembro de 2019 (+1,83%). O nível de fechamento é o mais alto desde o último dia 20 de dezembro (R$ 4,0949 na venda).
Na B3, em que as operações com dólar futuro terminam às 18h15, o dólar tinha alta de 0,60%, a R$ 4,0945.
O dólar subiu mais no mercado à vista em comparação ao futuro devido a um ajuste, já que, ontem (8), os contratos futuros ganharam fôlego depois de novas notícias sobre a crise EUA-Irã, enquanto as negociações no segmento à vista já estavam encerradas.
O dólar à vista fechou ontem (8) em queda de 0,31%. No mesmo horário, às 17h, o dólar futuro estava em baixa de 0,41%. Mas por volta de 17h45 notícias de que explosões e sirenes haviam sido ouvidas em Badgá, capital do Iraque, voltaram a deixar investidores nervosos. Às 18h15, no encerramento dos negócios no mercado futuro da B3, o dólar já havia zerado quase toda a queda, com variação negativa de 0,09%.
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