O dólar saltou 1,3% ante o real hoje (15), na alta mais intensa em mais de dois meses, com a moeda brasileira novamente liderando as perdas globais nos mercados de câmbio diante de renovados sinais de fraqueza na economia que podem prejudicar expectativas de fluxo cambial ao país.
Os dados corroboraram ainda mais apostas de cortes de juros. Uma taxa Selic mais baixa reduz a atratividade do real como ativo de investimento, colocando a divisa doméstica em desvantagem em relação a “rivais” como peso mexicano.
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Além disso, os sinais de menor ímpeto da economia no fim do ano passado, conforme apontado por dados recentes, jogam contra expectativas de melhora no fluxo cambial, cujo saldo no ano passado foi o pior da história.
No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 1,30%, a R$ 4,185 na venda. É a maior valorização diária desde 8 de novembro de 2019 (+1,83%) e o patamar mais alto desde 5 de dezembro do ano passado (R$ 4,1883 na venda).
Na B3, o dólar saltava 1,15%, a R$ 4,1840.
Por ora, o movimento no câmbio ainda não indica estresse e uma piora estrutural no cenário para a moeda brasileira. A volatilidade implícita para as opções de dólar/real com vencimento de três meses tem oscilado em torno de 9,9% ao ano, ainda abaixo de máximas do começo de 2020, quando superou 10,6%.
Em novembro do ano passado, mesmo com o dólar batendo máximas históricas e flertando com R$ 4,30, essa medida de incerteza para a taxa de câmbio caiu de mais de 12% no começo daquele mês para cerca de 10% no final.
Mas novos cortes de juros voltam a emergir como um vento contrário ao câmbio e têm forçado o mercado a desarmar posições construídas no fim do ano passado que contemplavam um real mais valorizado.
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Ainda assim, alguns analistas seguem vendo o real atualmente com excesso de fraqueza, o que deixaria a moeda mais inclinada para ganhos à frente.
“A moeda está levemente desvalorizada e a percepção de risco doméstico está em extremos negativos de acordo com nosso indicador de risco de câmbio por país, e ambos acabam funcionando como um vento favorável à moeda”, disseram analistas da MRB Partners em nota a clientes.
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