O dólar começou a semana em leve alta ante o real, na terceira sessão consecutiva de ganhos, com a carência de notícias locais mantendo o foco de operadores na cena externa ainda impactada pela escalada em tensões geopolíticas.
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No mercado interbancário, o dólar subiu 0,22% hoje (6), a R$ 4,0643 na venda. Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 0,22%, a R$ 4,0725, por volta de 17h30. As operações no mercado de dólar futuro da B3 se encerram às 18h15. O dólar subiu em todas as três sessões deste ano e, no período, acumula valorização de 1,28%.
O humor dos agentes financeiros seguiu influenciado pelo noticiário envolvendo Irã e Estados Unidos. No sábado, o presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu atingir 52 alvos iranianos, incluindo locais culturais, se o Irã retaliar com ataques a norte-americanos ou a ativos dos EUA.
Respondendo às ameaças, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, escreveu no Twitter: “Nunca ameace a nação iraniana”. E o sucessor do general Qassem Soleimani –morto em ataque aéreo dos EUA no Iraque– prometeu expulsar as forças norte-americanas do Oriente Médio em vingança.
Mas, segundo Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio e sócio da Frente Corretora, apesar da tensão externa, o dólar não tem conseguido recobrar as forças de maneira mais consistente. Ele lembrou que o índice da moeda norte-americana contra seis rivais no exterior operava em queda nesta sessão, sob o peso da valorização de divisas europeias, como euro, libra britânica e franco suíço.
“No Brasil, depois do estresse de novembro, o mercado ajustou o dólar pelo entendimento de que o cenário de forma geral era positivo. E isso nos indica hoje um dólar mais perto de R$ 4”, disse Velloni, que acredita, contudo, que a moeda tenderá a operar entre R$ 3,95 e R$ 3,90 neste trimestre e cair abaixo de R$ 3,90 no segundo semestre, “quanto teremos ratificada a recuperação da economia”.
Em novembro, o dólar saltou 5,77%, mês em que a cotação bateu sucessivos recordes históricos.
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O Morgan Stanley incluiu o real entre as moedas consideradas em seu modelo de alocação para divisas emergentes, grupo composto ainda por peso colombiano, peso chileno, iuan chinês e rublo russo. A moeda brasileira, contudo, é menos atrativa do que peso mexicano e rupia indiana, em parte pelo menor diferencial de taxa de juros em relação a seus rivais, de acordo com estrategistas do banco.
O juro básico brasileiro está em 4,50% ao ano, mínima histórica.
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