O dólar fechou hoje (3) com a maior alta percentual diária em duas semanas, ficando acima de R$ 4,05, conforme as operações locais replicaram o movimento de valorização da moeda no exterior diante de maior aversão a risco depois do aumento das tensões no Oriente Médio.
O Irã prometeu vingança severa depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá na sexta-feira matou Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Quds e arquiteto da crescente influência militar do país no Oriente Médio. Os preços do petróleo dispararam.
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A escalada das tensões aumentou a demanda por ativos de segurança em todo o mundo, o que se refletia na valorização de moedas como dólar e iene e dos preços da dívida soberana dos Estados Unidos.
Na máxima do dia, alcançada logo no começo do pregão, o dólar bateu R$ 4,0725 na venda. Mas a moeda terminou a alguma distância desse nível, o que sinaliza alguma dúvida dos investidores sobre elevar posições a favor da divisa dos EUA neste momento.
Além disso, o dólar vem de uma série de quedas no fim do ano passado, que derrubaram a cotação ao menor patamar desde o início de novembro. Ou seja, o mercado aproveitou o maior ruído externo para “realizar” parte da desvalorização de dezembro, quando o dólar acumulou queda de 5,37% – maior baixa para qualquer mês desde janeiro deste ano.
“Embora esperemos que a volatilidade do real continue nos próximos meses, acreditamos que o progresso da agenda de reformas estruturais… poderá compensar as pressões de baixa decorrentes do menor diferencial de taxa de juros, da reformulação da dívida corporativa e da deterioração gradual do saldo de conta corrente”, disse o Santander Brasil em relatório recente.
O banco projeta que o dólar “convergirá” para R$ 4,00 até o fim do ano de 2020.
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No mercado interbancário, em que os negócios vão até as 17h, o dólar subiu 0,74%, a R$ 4,0555 na venda. É a maior alta percentual diária desde 20 de dezembro (+0,79%). O dólar fechou no maior patamar desde 26 de dezembro (R$ 4,062 na venda).
Na semana, a cotação avançou 0,14%, depois de quatro semanas consecutivas de queda, nas quais acumulou desvalorização de 4,50%.
No exterior, o dólar subia firme contra moedas emergentes, enquanto o iene japonês – demandado em tempos de maior incerteza geopolítica e econômica – liderava os ganhos nos mercados globais de câmbio ao subir 0,5% ante o dólar.
Na B3, em que as operações com dólar futuro vão até as 18h15, o dólar tinha alta de 0,77%, a R$ 4,0620.
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