A atividade fabril na China se contraiu no ritmo mais rápido já registrado em fevereiro, ainda pior do que durante a crise financeira global, destacando os danos colossais causados pelo surto de coronavírus na segunda maior economia do mundo.
O índice de gerentes de compras (PMI) oficial da China caiu para uma mínima recorde de 35,7 em fevereiro, ante 50,0 em janeiro, informou o governo hoje (29) (horário local). A marca de 50 pontos separa crescimento mensal de contração.
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Analistas consultados pela Reuters esperavam que o PMI de fevereiro caísse a 46,0.
As sombrias leituras fornecem a primeira evidência rápida oficial do estado da economia chinesa desde o início da epidemia de coronavírus, que matou quase 3 mil pessoas na China continental e infectou cerca de 80 mil.
Os dados indicam que a interrupção econômica provocada pelo vírus provavelmente se estenderá a todo o primeiro trimestre de 2020, uma vez que o surto da doença causou restrições generalizadas de transporte e exigiu a adoção de difíceis medidas de saúde pública que paralisaram a atividade econômica.
“Esperamos que o crescimento anual de todos os dados de atividade seja negativo em janeiro-fevereiro, já que a economia da China está severamente limitada desde 23 de janeiro”, disseram analistas da Nomura em nota após a divulgação dos dados, citando o prolongado feriado do Ano Novo Lunar e a lenta retomada dos negócios.
O Nomura agora espera que o crescimento no primeiro trimestre seja de 2% em relação ao ano anterior, enquanto a Capital Economics estima que a economia da China contrairá em termos anuais neste trimestre pela primeira vez desde pelo menos a década de 1990.
Um subíndice da produção manufatureira caiu para 27,8 em fevereiro, em relação a 51,3 de janeiro, enquanto a leitura de novos pedidos caiu para 29,3, ante 51,4 no mês anterior.
Analistas estão alertando que a disseminação do coronavírus para outros países afetará as cadeias de suprimentos globais e limitará a recuperação dos fabricantes chineses.
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