O Banco Bradesco, segundo maior banco privado do Brasil, registrou um aumento de 14% no lucro líquido recorrente do quarto trimestre ante igual período do anterior, mas divulgou uma visão mais cautelosa para 2020.
O lucro recorrente do Bradesco, que exclui itens únicos, foi de R$ 6,645 bilhões no quarto trimestre, ligeiramente acima da média da estimativa dos analistas feita pela Refinitiv, de R$ 6,508 bilhões.
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Em grande parte, o lucro do banco foi impulsionado pela seguradora, cujo resultado subiu 10,1% em relação ao quarto trimestre de 2018 e repetindo o bom desempenho de períodos anteriores.
Uma expansão mais acelerada dos empréstimos também colaborou para o lucro maior do Bradesco. A carteira de crédito cresceu 4,6% no trimestre, principalmente por conta de empréstimos a pessoas físicas. O índice de inadimplência ficou em 3,3%, uma queda de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
Ainda assim, as provisões para perdas com operações de crédito aumentaram 19,3% no trimestre, alta que, segundo o Bradesco, se deveu aos maiores desembolsos para consumidores e pequenas empresas.
Apesar de a taxa básica de juros no Brasil ter atingido patamares historicamente baixos, a margem financeira, uma medida dos ganhos com empréstimos menos os custos com captação, aumentou 4,4% em relação ao ano anterior.
O Bradesco também anunciou metas mais módicas para 2020. As projeções para as principais linhas do resultado estão iguais àquelas que tinham sido estabelecidas para 2019, apesar da recuperação econômica do Brasil.
O banco disse que sua carteira de empréstimos deve crescer entre 9% e 13% em 2020, abaixo da expansão observada no ano passado. Mesmo assim, as provisões para perdas com empréstimos podem terminar este ano em R$ 16,5 bilhões, acima dos R$ 14,4 bilhões registrados em 2019.
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No último trimestre de 2019, o Bradesco fez provisões extraordinárias de cerca de R$ 3,5 bilhões para disputas principalmente cíveis e trabalhistas, aproveitando um ganho com créditos fiscais de R$ 6,4 bilhões.
A Bradesco Seguros deve reportar um crescimento nos lucros de 2020 entre 4% e 8%, abaixo da expansão de 12,7% registrado no ano passado.
Depois de publicar despesas operacionais acima do esperado em 2019, o Bradesco afirmou que pretende controlar os custos em 2020, que devem expandir não mais que 4%. No ano passado, a expansão foi de 7,2%.
No ano passado, o banco fechou 139 agências e lançou um programa de indenização como parte de um plano para combater despesas crescentes.
A diretoria do Bradesco também comunicou que decidiu na véspera submeter ao conselho de administração, que deliberará, em reunião a ser realizada em 17 de fevereiro, proposta para pagamento de dividendos complementares no valor de R$ 490,9 milhões.
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