O dólar registrou a maior queda diária no Brasil em 17 meses hoje (19), descendo à casa de R$ 5,10, com o Banco Central ativo em intervenções no mercado de câmbio, em um dia de trégua nas praças globais à medida que investidores analisaram ações de governos e BCs para garantir liquidez ao sistema financeiro.
O real figurou entre as moedas de melhor desempenho nesta sessão. Pela manhã, o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) anunciou o estabelecimento de linhas de swap no valor de US$ 60 bilhões com o BC brasileiro.
O Fed também informou que está disponibilizando essas linhas a BCs de outros países emergentes, num esforço para garantir liquidez num momento em que a busca por segurança tem feito o dólar disparar em todo o mundo.
Na Ásia, o BC da Austrália anunciou um programa de flexibilização quantitativa, enquanto na Europa o banco central do Reino Unido cortou os juros e reforçou seu programa de compras de ativos.
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O BC da zona do euro informou na véspera um programa de compra de ativos de mais de 700 bilhões de euros. Todas essas medidas vêm na sequência de outras já anunciadas pelo Fed e outros bancos centrais, e a série de ações parece começar a acalmar os nervos dos mercados.
Notícias sobre maior urgência do governo norte-americano em aprovar remédios em teste contra o coronavírus também colaboraram para a trégua. O S&P 500, índice de referência da Bolsa de Nova York, subiu 0,47%.
No Brasil, o mercado avalia o tamanho das intervenções do BC no mercado de câmbio. A autoridade monetária vendeu nesta quinta, entre operações de dólar à vista e linhas com recompra, US$ 2,635 bilhões, depois de na quarta injetar US$ 2,860 bilhões nesses mesmos instrumentos. “O BC tem estado mais ativo”, disse o Morgan Stanley em nota.
O BC tem atraído críticas de alguns agentes financeiros por, segundo eles, aparentar receio de utilização de instrumentos para atuar no câmbio e não demonstrar suficiente preocupação com a rápida valorização do dólar.
O dólar à vista fechou esta quinta em baixa de 1,83%, a R$ 5,1041 na venda. É a maior desvalorização percentual diária desde 8 de outubro de 2018 (-2,35%). No ano, o dólar ainda salta 27,19%.
No mercado de dólar futuro da B3, em que os negócios se encerram às 18h, o contrato de vencimento mais curto tinha desvalorização de 0,49%, a R$ 5,0825.
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