O Japão e o movimento olímpico decidiram hoje (24) adiar os Jogos de Tóquio deste ano para 2021, com a crise do coronavírus destruindo o último grande evento esportivo iminente do mundo.
É a primeira vez em 124 anos de história das Olimpíadas que a competição é adiada, embora tenha sido cancelada algumas vezes durante as duas Guerras Mundiais do século 20.
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Após uma ligação com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse o evento previsto para ocorrer de 24 de julho a 9 de agosto será remarcado para 2021, o mais tardar, como prova de vitória sobre o coronavírus.
“Pedimos ao presidente Bach que considerasse o adiamento de cerca de um ano para possibilitar que os atletas disputem nas melhores condições e para tornar o evento protegido e seguro para os espectadores”, declarou Abe.
“O presidente Bach disse que concorda 100%.”
Não houve reação imediata do COI, mas seus executivos devem se reunir ainda hoje.
Os atletas ficaram tristes, porém aliviados depois de semanas de preocupação e dificuldades para treinar devido ao isolamento provocado pela doença que já matou mais de 16.500 pessoas.
“Eu compito em uma pequena corrida de bicicleta, que não é nada comparada ao que está acontecendo no mundo no momento”, disse o norte-americano campeão olímpico de BMX Connor Fields. “Nenhum esporte é mais importante se isso significa que mais pessoas podem morrer com isso”.
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A pressão sobre o COI e seu poderoso presidente Bach vinha crescendo rapidamente nos últimos dias, com Canadá e Austrália se recusando a participar se os Jogos seguissem conforme planejado.
Os atletas endossaram o adiamento, dados os riscos para a saúde e a interrupção do treinamento, uma vez que academias, piscinas e arenas estão fechadas em todo o mundo.
“Para ser sincera, fiquei cambaleando e me sentindo um pouco perdida. Mas os objetivos não desapareceram – apenas mudaram. É hora de recalibrar e disparar para o próximo desafio”, disse a nadadora bicampeã olímpica da Austrália Cate Campbell.
O surto de coronavírus ocorre em todo o mundo desde o início deste ano, infectando quase 380.000 pessoas e destruindo eventos esportivos, da Eurocopa até a Fórmula 1.
O adiamento é uma enorme dor de cabeça logística para o anfitrião Japão, que investiu mais de US$ 12 bilhões no evento.
No entanto, uma pesquisa mostrou que cerca de 70% dos japoneses concordam com o adiamento.
A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse a repórteres que os Jogos adiados ainda terão a marca “Tóquio 2020”.
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