O governo federal busca uma rota alternativa para as companhias aéreas brasileiras impactadas pela pandemia de Covid-19 enquanto a ajuda financeira do BNDES ao segmento segue em negociação com o setor. A ideia é que as empresas operem voos conjuntos, aproveitando a queda na demanda para reduzir ainda mais o número de aviões em operação, afirmaram duas fontes do governo à Reuters.
A proposta está em discussão pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Ministério de Infraestrutura, disseram as fontes.
Segundo elas, mesmo com adoção de malhas mínimas pelas três principais empresas aéreas em operação no Brasil – Gol, Latam e Azul – ainda há muitos aviões voando vazios.
“O que se estuda é: em vez das três voarem uma mesma rota com voos vazios, elas poderiam se juntar, oferecer um voo só”, disse à Reuters uma das fontes. “É um forma de você otimizar as rotas mínimas para continuar operando.”
Uma segunda fonte disse que a proposta não vai prejudicar a concorrência. “Não é cartel, nem code share. É otimização”, afirmou.
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Procurada, a Abear, associação que reúne Latam e Gol, informou que não comenta negociações entre as empresas e as autoridades competentes.
Na semana passada, fontes afirmaram à Reuters que o apoio do BNDES para o setor aéreo deve ser viabilizado em maio. O banco já foi procurado por Azul, Gol e Latam, mas os pedidos de apoio vieram bem acima das expectativas do banco de fomento.
O plano debatido por Cade, Anac e Ministério de Infraestrutura prevê que as empresas vendam separadamente passagens para um mesmo voo. “A maioria das capitais já está com um voo só. E isso é uma alternativa temporária enquanto durar a crise. A demanda continua baixa e hoje não tem competição no Brasil”, disse a primeira fonte à Reuters.
“As três [Gol, Azul e Latam] venderiam bilhetes iguais, mas operariam um voo só. Cada uma vai vender o seu”, complementou.
“As companhias não podem parar. É essencial manter a malha funcionando”, disse a primeira fonte, citando que os aviões estão transportando médicos, medicamentos e equipamentos de saúde para ajudar no combate à pandemia.
Detalhes como quais aviões serão operados nas rotas unificadas e como serão divididos os custos estão em discussão na Anac e no Cade. As fontes não deram um prazo para uma possível implementação do plano, mas as companhias aéreas têm pressa diante das consequências econômicas da pandemia sobre o setor.
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