O Ibovespa fechou em alta hoje (13), após trocar de sinal algumas vezes ao longo do pregão, com a alta de Vale (2,98%) entre os principais suportes, enquanto agentes financeiros contrabalançaram notícias relacionadas ao coronavírus e eventos no cenário político-econômico do Brasil.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,49%, a 78.835,82 pontos, na máxima da sessão. Mais cedo, porém, recuou até 76.405,36 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 17,75 bilhões.
LEIA MAIS: Projeção para PIB 2020 sai de -1,18% para -1,96%, aponta Focus
No cenário externo, o tom negativo prevaleceu em Wall Street, mesmo após o governador de Nova York, Andrew Cuomo, dizer nesta segunda-feira que “o pior já passou” para o Estado norte-americano mais atingido pelo novo coronavírus.
Incertezas com os efeitos das medidas de combate à disseminação do novo coronavírus na atividade econômica, porém, alimentaram alguma cautela com a temporada de resultados corporativos nos EUA prevista para começar nesta semana. O S&P 500 cedeu 1%.
No Brasil, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que a votação no Senado da chamada PEC do orçamento de guerra, que separa os gastos com a crise do coronavírus do orçamento principal, foi adiada para quarta-feira (15).
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua vez, disse que trabalha para votar ainda nesta segunda-feira projeto de socorro aos Estados e municípios, o chamado “Mansueto light”, para o enfrentamento da crise do coronavírus.
O analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, também chamou a atenção para a declaração de Maia, de que irá excluir a ampliação dos empréstimos do plano de socorro aos Estados.
“Com a ajuda do governo para resolver a crise, as metas fiscais devem ser descumpridas e isso está gerando grande receio entre os investidores… Essa medida extra de ajuda aos Estados agravaria ainda mais a expectativa sobre o rombo das contas públicas”, afirmou.
Ainda no radar, o governo federal lançará programa de crédito a microempresas via Caixa Econômica Federal, que assumirá o risco de inadimplência para negócios com faturamento anual de até R$ 360 mil que apresentarem histórico de bom pagamento no Simples, afirmaram à Reuters duas fontes da equipe econômica à Reuters.
VEJA TAMBÉM: Preços do petróleo praticamente ignoram corte de oferta devido à preocupação com demanda
De acordo com alguns profissionais da área de renda variável, a volatilidade no mercado acionário continua elevada.
A equipe do BTG Pactual avalia que, para investidores, não há ainda como se ter um piso de referência, não há fundamentos e apenas muitas incertezas, e a busca por papel neste momento não está mais associada a preço e sim à qualidade de sobrevivência desse ativo.
“No momento, não faz sentido focar em múltiplos, até porque não temos certeza se estarão caros ou baratos e se estão certos ou errados, daqui a uma semana tudo [pode] mudar devido às incertezas”, afirmou em nota enviada a clientes pela área de gestão do banco.
(Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Tenha também a Forbes no Google Notícias