Impeachment significa a instauração de um processo com base em denúncia de crime e responsabilidade contra alta autoridade do poder executivo – leia-se presidente da República, governadores e prefeitos – ou do poder judiciário, como os ministros do Supremo Tribunal Federal. É, portanto, um procedimento destinado às autoridades de um país e são vários os casos ao longo da história, inclusive no Brasil, onde Fernando Collor de Mello perdeu o cargo de presidente em 1992.
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No mundo corporativo, a palavra não é empregada, mas existem inúmeros exemplos em que a mais alta autoridade de uma grande empresa foi afastada em função de escândalos sexuais, corrupção ou mesmo baixa performance.
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Sem política – e futebol, onde casos assim também são recorrentes – FORBES Brasil listou sete casos de altos executivos que sofreram um “impeachment” no mundo dos negócios. Veja na galeria de fotos:
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Martin Winterkorn
Três dias após os escândalos que abalaram a imagem da Volkswagen em todo o mundo em setembro – a montadora assumiu ter fraudado os resultados na emissão de testes antipoluição nos Estados Unidos, afetando 11 milhões de veículos –, o CEO da companhia, Martin Winterkorn, renunciou ao cargo. “Precisamos de um novo começo e, nessa nova configuração, o CEO propôs sua demissão e a presidência aceitou”, afirmou o conselho em nota.
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Hisao Tanaka
Em outro caso recente, a japonesa Toshiba, multinacional do setor eletrônico e de infraestrutura, anunciou publicamente, em julho de 2015, que seu presidente, Hisao Tanaka, no cargo desde 2013, estava sendo demitido. Tanaka foi acusado de promover a manipulação sistemática dos relatórios contábeis da empresa de modo a inflar o lucro em US$ 1,22 bilhão ao longo de sete anos. Junto com ele, caíram também o vice-presidente Norio Sasaki, o conselheiro Atsutoshi Nishida e alguns integrantes da diretoria.
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Scott Thompson
Mentir no currículo também pode provocar o “impeachment” de um CEO. Foi o que aconteceu com Scott Thompson em 2012. O principal executivo do Yahoo! – que também já havia presidido o PayPal – foi desligado do cargo quando descobriu-se que a informação de que era graduado em Ciências da Computação não era verdadeira. Thompson – que ficou apenas alguns meses no cargo – alegou que o “erro” vinha de bem antes de trabalhar no site de buscas e que não havia sido proposital. Ele apenas não teria revisado o documento, preparado por uma empresa de head hunting.
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Carly Fiorina
Na atual corrida pela Casa Branca pelo partido republicano (ainda como pré-candidata), Carly Fiorina viveu momentos amargos em fevereiro de 2005, quando foi obrigada a renunciar ao cargo de diretora-presidente da Hewlett-Packard após seis anos na função. A executiva ficou sabendo da decisão numa reunião do conselho de administração realizada perto do aeroporto de Chicago pela boca de Patricia Dunn, que junto com Robert Wayman, a substituiu no comando de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. “Embora lamente que o conselho e eu tenhamos tido diferenças a respeito de como levar a empresa adiante, respeito sua decisão”, escreveu Fiorina em um comunicado oficial. Mais tarde, ela revelou que o conselho nunca explicou o motivo de sua demissão. Segundo os críticos de Wall Street, as ações da HP caíram drasticamente sob o comando de Carly Fiorina e a companhia perdeu a liderança no mercado de computadores pessoais para a Dell.
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Patricia Dunn
Um ano e meio depois, a própria Patricia Dunn se viu às voltas com seu desligamento da HP. Em setembro de 2006, a presidente da companhia foi acusada de coordenar uma operação de espionagem contra outros diretores e jornalistas especializados em TI para descobrir supostos vazamentos de informações confidenciais. Afetada diretamente pelo escândalo, Patricia deixou a presidência, mas anunciou, inicialmente, que manteria seu cargo no conselho até janeiro de 2007. Não aguentou e, 15 dias depois, antecipou sua saída também do board da empresa. Ao sair, Patricia alegou que não sabia que os investigadores contratados usavam métodos ilegais de espionagem.
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Mark Hurd
O cargo de Carly Fiorina na HP parece amaldiçoado. Quatro anos depois da saída de Patricia Dunn, Mark Hurd, seu substituto, foi acusado de assédio sexual por Jodie Fisher, uma atriz contratada com frequência para apresentar os eventos da companhia. De acordo com uma investigação comandada pelo conselho, as denúncias de assédio não forma comprovadas, mas descobriu-se que o executivo usou dinheiro da empresa para bancar jantares e outras mordomias para Jodie. Hurd foi demitido e, na sequência, separou-se da esposa. O caso de assédio não chegou à justiça graças a um acordo entre as partes. Atualmente, o executivo comanda outra gigante de tecnologia, a Oracle.
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Harry Stonecipher
Em março de 2005, o presidente da Boeing, Harry Stonecipher, deixou a empresa em pleno domingo em função do desgaste provocado por um escândalo sexual que envolvia também uma alta executiva da empresa. De acordo com um comunicado emitido ao mercado pela fabricante de aviões, a funcionária não estava diretamente subordinada a Stonecipher, mas seu comportamento foi considerado incompatível com o código de conduta da companhia. “O conselho concluiu que os fatos refletem negativamente a capacidade de julgamento de Stonecipher e comprometem sua capacidade de liderar a companhia. O presidente deve estabelecer os parâmetros de um comportamento pessoal e profissional impecável, e o conselho determinou que esta seria a decisão correta, dadas as circunstâncias”, disse posteriormente Lew Platt, presidente do conselho administrativo.
Martin Winterkorn
Três dias após os escândalos que abalaram a imagem da Volkswagen em todo o mundo em setembro – a montadora assumiu ter fraudado os resultados na emissão de testes antipoluição nos Estados Unidos, afetando 11 milhões de veículos –, o CEO da companhia, Martin Winterkorn, renunciou ao cargo. “Precisamos de um novo começo e, nessa nova configuração, o CEO propôs sua demissão e a presidência aceitou”, afirmou o conselho em nota.