Cidadãos comuns muitas vezes se vêem frente a frente com a corrupção. Eles se deparam com pedidos de suborno para conseguir uma consulta com determinado médico, para encontrar uma vaga para seu filho na escola ou simplesmente para concluir uma queixa na delegacia de polícia. E, na maioria das vezes, as pessoas que têm menos condições de pagar propinas são as que mais sofrem com isso.
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Não é de se espantar que mensurar a corrupção seja um dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas. A Transparência Global, movimento que busca acabar com a prática, também acredita que é fundamental ter dados de qualidade sobre o tema. Para isso, é importante perguntar às pessoas como elas encaram a corrupção no dia a dia.
As últimas descobertas do Transparency International’s Global Corruption Barometer, a maior pesquisa do mundo sobre as experiências diretas dos cidadãos com suborno, mostra o nível de envolvimento dos países com a prática e o que eles precisam fazer para combatê-la.
Cerca de uma em cada quatro pessoas pagaram propina quando acessaram um serviço público nos 12 meses anteriores ao questionamento. Logo, não é nenhuma surpresa que 57% delas considerem os governos ineficientes no combate à corrupção.
A boa notícia é que mais da metade das pessoas ao redor do mundo, principalmente as mais jovens, concordam que a população pode fazer a diferença. Cerca de 58% dos entrevistados com 24 anos ou menos afirmaram que se sentem capazes de lutar contra a prática.
Entre os brasileiros, o otimismo foi alto: 83% das pessoas que participaram do levantamento afirmaram acreditar que cidadãos comuns podem interferir positivamente no combate à corrupção.
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A pesquisa pediu para que os participantes – 162.136 adultos de 119 países entre março de 2014 e janeiro de 2017 – identificassem as instituições que consideravam mais corruptas. A polícia e as autoridades eleitas aparecem em primeiro lugar, com 36% das indicações. Na sequência, os entrevistados mencionaram funcionários do governo (35%), executivos (34%), governos locais (33%), presidentes/primeiros-ministros (32%), funcionários de áreas fiscais (32%), juízes e magistrados (30%) e líderes religiosos (18%).
Diferenças regionais também puderam ser identificadas na consolidação das respostas. Na região Ásia Pacífico (39%) e África Subsaariana (47%) os policiais lideraram o ranking das instituições mais corruptas. Cidadãos da Europa e da Ásia Central (31%) indicaram os representantes eleitos como os mais envolvidos com práticas de suborno. Já nas Américas, ambas as entidades ficaram com o pior percentual – 46%. No Oriente Médio e no Norte da África, 45% da população considera os representantes eleitos, os funcionários de áreas fiscais e oficiais do governo os mais corruptos.
No Brasil, o índice final foi de 11%, enquanto no Reino Unido não foram detectados casos de suborno entre os entrevistados.
Veja os 10 países com mais casos de suborno:
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iStock 1. Iêmen – 77%
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2. Libéria – 69%
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2. Índia – 69%
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4. Vietnã – 65%
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5. México – 51%
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6. Egito – 50%
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6. Tajiquistão – 50%
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8. Marrocos – 48%
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iStock 8. Camarões – 48%
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8. Sudão – 48%
1. Iêmen – 77%