Neste momento, o lendário rapper Nas descansa em uma sala de conferências na sede de Manhattan do respeitável meio de comunicação hip-hop Mass Appeal. Mesmo antes de ele ser a capa da “Mass Appeal”, em 2002, era um dos pilares da cobertura da publicação, um dos artistas de rap mais influentes de todos os tempos
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Mas ele não está lá para outro artigo da “Mass Appeal”. Atualmente, Nas, 44 anos, é coproprietário da empresa. A companhia faz parte de seu extenso portfólio de capital de risco, que inclui participações em startups de Casper a Dropbox, investimentos feitos com frequência por meio de seu fundo, o QueensBridge Venture Partners (batizado em homenagem aos projetos habitacionais em Nova York, onde ele cresceu). Um cenário favorável para um artista que, de má vontade, obteve sucesso nos negócios e sempre pareceu mais confortável em fazer rap sobre a história africana do que em lançar linhas de roupas.
“Eu era o cara da música há anos e, de repente, é como se eu tivesse atingido uma idade … Eu acho que era apenas a idade, ou apenas sabedoria”, explica. “Senti como se agora fosse a hora.”
Quase 25 anos após o lançamento de seu primeiro álbum, “Illmatic”, Nas entra na lista FORBES dos Hip-Hop Cash Kings (os rappers mais bem pagos), pela primeira vez, depois de arrecadar US$ 35 milhões no ano passado. Isso graças a mais de 40 shows e a um grande acordo com a Hennessey e à sua parte na venda da Ring, uma fabricante inteligente de campainhas, para a Amazon. Se Nas perdeu os negócios de tênis e roupas esportivas do final dos anos 90, provou ser uma força comercial mais recente e um pioneiro com seus investimentos em startups.
Vejamos seu envolvimento na “Mass Appeal”, que ocupa dois andares do coworking SoHo WeWork, um espaço industrialmente elegante e que abriga uma cobra em um aquário iluminado por neon (presente do rapper Young Thug). A empresa renasceu há cinco anos pelas mãos de Peter Bittenbender, cofundador do estúdio criativo Decon, e de Sacha Jenkins, cofundador da revista “Ego Trip”.
Jenkins passou grande parte de sua juventude no Queens, onde Nas cresceu com o pai, que tocava blues, e com a mãe, que trabalhava para o Serviço Postal, antes de lançar “Illmatic”, ainda considerado por muitos o melhor álbum de rap de todos os tempos. Jenkins reconheceu o talento de Nas desde cedo e manteve contato enquanto a “Mass Appeal” evoluía.
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“Sacha uniu todas as pontas necessárias e convidou Nas para ajudar, lembra Bittenbender. “Não tinha a ver com o que ele fazia naquele momento, mas ele tinha uma história com a marca, então, fazia muito sentido.”
Nas topou a empreitada e investiu uma quantia de seis dígitos, em uma rodada de um milhão de dólares, assim como a Decon e a empresa White Owl Capital Partners. A “Mass Appeal”, assim, ressurgiu em 2013, com planos para se tornar uma publicação impressa trimestral. Essa estratégia, desde então, deu lugar a uma abordagem multimídia.
Hoje, a produção editorial da “Mass Appeal” existe principalmente em plataformas como o YouTube, que abriga sua popular série de vídeos. Há o programa “Rhythm Roulette”, em que produtores são desafiados a fazer uma batida de três álbuns escolhidos aleatoriamente em uma loja de discos local, de olhos vendados, e o “Open Space”, que traz entrevistas com convidados famosos.
A “Mass Appeal” também se expandiu para outras áreas, com os lançamentos de sua própria agência criativa e de especiais como os documentários de hip-hop “Rapture” e “Fresh Dressed”. Nas contribuiu para ambos, ao organizar uma apresentação ao chefe de música do YouTube, Lyor Cohen, ex-chefe da Def Jam Records. Cohen trouxe a “Mass Appeal” para trabalhar em uma campanha do Google em torno do 44º aniversário do hip-hop, apresentando um gráfico interativo orquestrado pelo pioneiro do hip-hop Fab 5 Freddy. Nas também ajudou a “Mass Appeal” a marcar entrevistas com amigos famosos como Kanye West e Diddy para o “Fresh Dressed”.
“O hip-hop é muito presente na vida de muitas pessoas que tomam decisões”, diz Jenkins. “Nas é um ótimo ativo em nosso capital social. Esse capital está ligado à sua arte, e essa arte abriu todas essas portas, sabe? Agora, as pessoas entendem que a arte em si está ligada à cultura e que a cultura está ligada ao comércio.”
Nas seguiu uma fórmula semelhante para seus outros investimentos. Sua inspiração aconteceu na época em que conheceu Ben Horowitz, cofundador da empresa de investimentos Andreas Horowitz, e se envolveu em um amor compartilhado por hip-hop e churrasco, em um jantar organizado por Steve Stoute, em 2012. Dois anos depois, Nas fundou a QueensBridge Venture Partners com seu empresário, Anthony Saleh, e com Rashaun Williams, um ex-aluna da Goldman Sachs, que o ajudou a obter ofertas.
Desde então, seja por meio de investimentos-anjo ou da QueensBridge, Nas tem participações em dezenas de startups, incluindo muitas das apostas da Andreessen Horowitz: Lyft, Genius e Coinbase, para citar algumas. Ele, naturalmente, não é o único rapper com participações em investimentos. Muitos dos outros Hip-Hop Cash Kings investiram em negócios do Vale do Silício, de Jay-Z (Uber, Robinhood) a Diddy (Spotify), embora Nas pareça ser o mais bem-sucedido deles.
Mais recentemente, Nas ajudou a lançar a Mass Appeal Records, em 2014, e no início deste ano lançou seu mais recente álbum, “Nasir”, pela gravadora. Isso aconteceu depois que ele conseguiu convencer a Universal Music Group a liberá-lo do último disco em seu contrato: a gigante da indústria da música também se juntou a ele como investidor na Mass Appeal.
“Não houve um momento em que os rappers não pensassem em investir”, diz Nas. “Acontece que o mundo está se abrindo mais agora.”
Veja, na galeria de fotos abaixo, os 7 rappers mais bem pagos do mundo em 2018:
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Getty Images 6. Nas – US$ 35 milhões (empate)
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Getty Images 6. Dr. Dre – US$ 35 milhões (empate)
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5. J. Cole – 35,5 milhões
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Getty Images 4. Drake – US$ 47 milhões
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Getty Images 3. Kendrick Lamar – US$ 58 milhões
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2. Diddy – US$ 64 milhões
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Getty Images 1. Jay-Z – US$ 76,5 milhões
6. Nas – US$ 35 milhões (empate)