A Alemanha sempre foi referência em técnica e eficiência. Sua reputação, porém, sofreu duros golpes nos últimos anos, com uma avalanche de erros embaraçosos em grandes projetos de construção civil. A sala de concertos Elbphilharmonie, de Hamburgo, é exemplo disso: a obra, embora espetacular, foi concluída com um atraso de seis anos e um custo extra de € 700 milhões. Previsto para outubro de 2011, o novo aeroporto de Berlim ainda não foi entregue. A estimativa é de que esteja pronto até o fim de 2020, mas a empreitada de erguê-lo tem sido tão desastrosa que há dúvidas sobre se de fato ele um dia abrirá as portas.
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Na semana passada, os alemães saíram vitoriosos de uma acirrada disputa com a Turquia para sediar a Eurocopa 2024, principal torneio internacional de futebol europeu. Mas, dada a forma como os principais projetos de construção se deram na última década, caso do Túnel da Cidade de Leipzig e da nova estação ferroviária de Stuttgart, construir estádios especialmente para o evento soaria como insensatez. No total, serão destinados dez estádios à Eurocopa 2024, dos quais nove já foram usados quando a Alemanha sediou a Copa do Mundo de 2006.
A galeria abaixo mostra como pode custar caro um projeto mal executado. Quando o Brasil sediou a Copa do Mundo em 2014, foram gastos US$ 2,5 bilhões a mais do que o planejado, segundo o site Podio. Atenas e Londres, por sua vez, excederam o orçamento em US$ 7 bilhões e Londres, em US$ 11,9 bilhões, quando se preparavam para ser palco das Olimpíadas. Rombos que ficam pálidos ao lado do registrado por Sochi — cidade russa serviu de sede às Olimpíadas de Inverno de 2014, quando ultrapassou em US$ 39 bilhões o valor planejado.
Apesar de alto e inimaginável, o custo extra dos Jogos de Sochi fica muito atrás do consumido pela Estação Espacial Internacional. Com orçamento de US$ 36,75 bilhões, a estação foi concluída com seis anos de atraso, por US$ 105 bilhões no total — um valor 186% além do previsto. A China, que tem larga experiência com portentosos projetos de construção e embarcou numa onda de grandes obras nos últimos 30 anos, também não está imune a catástrofes. Vide a Represa das Três Gargantas, 163% acima do orçamento, apesar de entregue com três anos de antecipação. A obra teve um preço final de US$ 25,96 bilhões, US$ 9,85 bilhões a mais que o projetado.
O Eurotúnel ou Túnel do Canal da Mancha, a Barragem das Três Gargantas, na China, e o Big Dig de Boston são três outros notáveis projetos em que o orçamento saiu do controle. Juntos, eles custaram US$ 50 bilhões a mais do que se havia estimado.
Veja na galeria de fotos abaixo 12 projetos que estouraram o orçamento:
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International Space Station
US$ 68,25 bilhões além do esperado
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Sochi Olympics
US$ 39 bilhões além do esperado
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The Channel Tunnel
US$ 21,1 bilhões além do esperado
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Three Gorges Dam
US$ 16,18 bilhões além do esperado
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Boston’s Big Dig
US$ 13,45 bilhões além do esperado
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London Olympics
US$ 11,91 bilhões além do esperado
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Athens Olympics
US$ 6,99 bilhões além do esperado
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Jubilee Line Extension
US$ 4,11 bilhões além do esperado
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Hubble Space Telescope
US$ 3,8 bilhões além do esperado
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Denver International Airport
US$ 3,1 bilhões além do esperado
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Montreal Olympic Stadium
US$ 2,96 bilhões além do esperado
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Copa do Mundo do Brasil
US$ 2,5 bilhões além do esperado
International Space Station
US$ 68,25 bilhões além do esperado