Apesar da pandemia, as pessoas mais ricas dos EUA estão prosperando. Os membros da lista Forbes 400 deste ano, divulgada ontem (8), valem em média 8% a mais em comparação a um ano atrás. Um seleto grupo desses bilionários teve ainda mais sorte: os 15 maiores ganhadores neste ano viram seu já enorme patrimônio líquido aumentar em pelo menos 40%. A Forbes usou os preços de fechamento das ações em 24 de julho para calcular o tamanho das fortunas da lista, no 39º ranking anual das pessoas mais ricas do país.
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O maior ganhador do ano, em termos percentuais, é Elon Musk, que ficou surpreendentemente 242% mais rico do que na classificação do ano passado. Muita coisa aconteceu desde então, incluindo ele ter levantado mais de US$ 2 bilhões em novos fundos para sua empresa de foguetes, a SpaceX, e receber duas enormes concessões de opções de ações da Tesla como parte do audacioso acordo de compensação que ele assinou com a montadora elétrica em 2018. As ações da Tesla estão em alta, subindo 520% quando a Forbes fez a última avaliação do patrimônio líquido em 24 de julho, o que ajudou a adicionar US$ 48,1 bilhões ao patrimônio líquido de Musk desde a lista do ano passado. Ele era a 23ª pessoa mais rica do país no ranking de 2019, valendo US$ 19,9 bilhões. Neste ano, está em 7º lugar, com US$ 68 bilhões. E ele ficou ainda mais rico recentemente. No final de agosto, quando as ações da Tesla dispararam. Musk oficialmente cruzou o limite de US$ 100 bilhões para se tornar o quinto centibilionário do mundo.
O segundo maior ganhador deste ano: o cofundador e CEO da Nvidia, Jensen Huang. As ações da fabricante de microchips gráficos (que adquiriu a empresa de tecnologia de rede israelense-americana Mellanox por US$ 6,9 bilhões em abril) mais que dobraram desde o ano passado, em meio a um impulso além dos jogos para a inteligência artificial e data centers. Graças às crescentes ações da Nvidia, Huang vale US$ 5,6 bilhões, tornando-o 133% mais rico do que no ano passado.
O magnata da segurança cibernética Jay Chaudhry também teve um grande ano, com as ações de sua empresa de segurança baseada em nuvem ZScaler crescendo 90%. Chaudhry cresceu em uma vila no Himalaia sem água corrente ou eletricidade antes de imigrar para os Estados Unidos em 1980. Ele e sua família possuem cerca de 45% da empresa, que ele abriu na Nasdaq em 2018. Seu patrimônio líquido aumentou 92% neste ano, para US$ 6,9 bilhões.
A dupla de pai e filho Ernest Garcia II e Ernest Garcia III completam os cinco maiores ganhadores em termos percentuais. Garcia II é o magnata por trás da Drivetime, uma das maiores concessionárias de carros usados do país, mas ele deve seu lugar na lista dos maiores ganhadores a seu filho, Garcia III. O jovem Garcia fundou a Carvana, uma plataforma online para venda de carros usados e concessão de empréstimos para automóveis, como uma subsidiária da Drivetime. Mais tarde, ele desmembrou a empresa e abriu o capital na Bolsa de Valores de Nova York em 2017. As ações subiram mais de 1.200% desde então, incluindo 77% no ano passado, adicionando bilhões à fortuna dos Garcia. Garcia II, o maior acionista da Carvana, vale US$ 9,6 bilhões, seu filho vale US$ 4,2 bilhões.
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Duas mulheres garantiram um lugar entre os grandes ganhadores do ano: MacKenzie Scott, ex-esposa do homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, e Judy Faulkner, fundadora da Epic, fornecedora líder de software de registros médicos dos Estados Unidos. Graças ao aumento contínuo das ações da Amazon, Scott está 58% mais rica este ano, apesar de ter doado quase US$ 1,7 bilhão para 116 organizações sem fins lucrativos. Ela prometeu, eventualmente, doar pelo menos metade de sua fortuna. Faulkner, por sua vez, ficou 45% mais rica quando sua empresa sediada em Wisconsin enfrentou a pandemia de Covid-19 de frente. A companhia de US$ 3,2 bilhões (vendas em 2019) está trabalhando para identificar laboratórios que possam ajudar a testar e distribuir equipamentos de proteção em Wisconsin, além de oferecer seu software de telessaúde e monitoramento remoto. Faulkner fundou a Epic em um porão em 1979 e atua como sua CEO.
Veja na galeria a seguir os 15 maiores ganhadores, medido por porcentagem do patrimônio líquido, na lista Forbes 400 de 2020 (os dados são de 24 de julho de 2020):
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Patrick T. Fallon/Bloomberg Elon Musk
Patrimônio líquido: US$ 68 bilhões (aumento de US$ 48,1 bilhões, ou 242%)
As ações da Tesla valorizaram mais de cinco vezes desde a lista do ano passado, tornando Musk o maior ganhador em termos percentuais. Sua ascensão meteórica, ajudada por duas concessões maciças de ações da Tesla como parte de sua remuneração de CEO, continuou mesmo depois de a Forbes terminar de estimar o patrimônio líquido para a lista deste ano no final de julho. Ele quebrou a marca de US$ 100 bilhões no final de agosto, menos de dois meses depois que a Tesla ultrapassou a Toyota como a montadora mais valiosa do mundo.
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Ethan Pines/Forbes Jensen Huang
“Em cada era da computação, poderíamos fazer coisas diferentes que não podíamos fazer antes, e a inteligência artificial certamente se qualifica” -
Reprodução/Forbes 10. Jay Chaudhry
Patrimônio: US$ 10,3 bilhões (aumento de US$ 1,8 bilhão)
Nacionalidade: Estados Unidos
Fonte de riqueza: Software de segurança
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Carvana Ernest Garcia III
Patrimônio líquido: US$ 4,2 bilhões (aumento de US$ 1,9 bilhão, ou 83%)
Garcia III foi um executivo da revendedora e financiadora de carros usados de seu pai, a DriveTime Automotive Group, antes de cofundar a Carvana, que vende carros usados pela internet, em 2012. Conhecida como a “Amazônia dos carros”, as ações da Carvana aumentaram 77% desde a lista do ano passado.
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Reprodução/Forbes Ernest Garcia II
Patrimônio líquido: US$ 9,6 bilhões (aumento de US$ 3,9 bilhões, ou 68%)
Sua empresa DriveTime opera 127 concessionárias nos EUA e financiou mais de 4 milhões de compradores de automóveis. O Garcia mais velho ajudou a financiar a Carvana, que operava como parte do DriveTime antes que os fundadores a lançassem e a tornassem pública em 2017.
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Cody Pickens/The Forbes Collection Pete Gassner
Patrimônio líquido: US$ 4,5 bilhões (aumento de US$ 1,8 bilhão, ou 67%)
As ações da Veeva Systems, a provedora de software em nuvem para empresas farmacêuticas e de biotecnologia que ele fundou e dirige como CEO, subiram 60% desde o ano passado.
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Christian Peacock/The Forbes Collection Robert Pera
Patrimônio líquido: US$ 10,5 bilhões (aumento de US$ 4,1 bilhões, ou 64%)
Fundador e CEO da fabricante de equipamentos sem fio Ubiquiti Networks, a fortuna de Pera aumentou graças a um aumento de 58% nas ações da Ubiquiti desde o ano passado. Ele possui cerca de 75% da empresa de capital aberto.
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Cole Burston/Bloomberg Jack Dorsey
Patrimônio líquido: US$ 6,8 bilhões (aumento de US$ 2,6 bilhões, ou 62%)
O cofundador e CEO do Twitter está mais rico neste ano graças a uma alta de 96% no preço das ações de sua outra empresa, a processadora de pagamentos Square. Esse aumento mais do que cobre a promessa de Dorsey de dar US$ 1 bilhão de suas ações da Square para #startsmall, uma nova entidade filantrópica que ele diz que se concentrará em ações de alívio para Covid-19, saúde e educação das mulheres e campanhas por uma renda básica universal.
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Dia Dipasupil/Getty Images MacKenzie Scott
Patrimônio líquido: US$ 57 bilhões (aumento de US$ 20,9 bilhões, ou 58%)
Em julho, junto com seu anúncio de quase US$ 1,7 bilhão em doações para 116 organizações sem fins lucrativos, a ex-mulher de Jeff Bezos, que não gosta de publicidade, disse que mudou seu sobrenome de Bezos para o nome do meio, Scott. Sua fortuna ainda está em grande parte ligada às crescentes ações da Amazon.
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Michael Princa/Forbes Jeff Bezos
Patrimônio líquido: US$ 179 bilhões (aumento de US$ 65 bilhões, ou 57%)
A pessoa mais rica dos Estados Unidos teve um ótimo ano, apesar de algumas manchetes ruins, incluindo protestos relacionados ao coronavírus por trabalhadores da Amazon e uma investigação antitruste. Com o mundo em quarentena se voltando para as compras online, as ações da Amazon subiram 64% desde o ano passado.
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Amanda Gordon/Bloomberg Chase Coleman
Patrimônio líquido: US$ 6,9 bilhões (aumento de US$ 2,4 bilhões, ou 53%)
Sua empresa de investimentos Tiger Global Management está apostando alto em ações de tecnologia e equipamentos para casa, que têm crescido muito durante a pandemia.
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Boston Globe/Getty Images Alan Trefler
Patrimônio líquido: US$ 4,1 bilhões (aumento de US$ 1,3 bilhão, ou 46%)
As ações da Pegasystems, a empresa de software que ele fundou em 1983, que se concentra em simplificar os negócios e aumentar o envolvimento do cliente, aumentaram 42% desde o ano passado.
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Epic Judy Faulkner
Patrimônio líquido: US$ 5,5 bilhões (aumento de US$ 1,7 bilhão, ou 45%)
Além de fornecer software de telessaúde e monitoramento remoto para ajudar na crise de Covid-19, a gigante de software Epic dá suporte aos registros médicos de mais de 250 milhões de pacientes e é usada pelos principais centros médicos, como Johns Hopkins e Mayo Clinic. As vendas cresceram 10%, para US$ 3,2 bilhões, em 2019.
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Ernesto S. Ruscio/Getty Images Reed Hastings
Patrimônio líquido: US$ 5 bilhões (aumento de US$ 1,5 bilhão, ou 43%)
A Netflix, que Hastings fundou e lidera como coCEO, se tornou fundamental durante a pandemia e tem lucrado com todo mundo em casa, com sucessos como “Tiger King” e “Extraction”. As ações da Netflix aumentaram em 66% desde o ano passado.
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Steve Jennings/Getty Images John Doerr
Patrimônio líquido: US$ 10,5 bilhões (aumento de US$ 3 bilhões, ou 40%)
O presidente da empresa de capital de risco Kleiner Perkins detém grandes participações em gigantes da tecnologia como a Amazon e a Alphabet, controladora do Google, onde atua no conselho.
Elon Musk
Patrimônio líquido: US$ 68 bilhões (aumento de US$ 48,1 bilhões, ou 242%)
As ações da Tesla valorizaram mais de cinco vezes desde a lista do ano passado, tornando Musk o maior ganhador em termos percentuais. Sua ascensão meteórica, ajudada por duas concessões maciças de ações da Tesla como parte de sua remuneração de CEO, continuou mesmo depois de a Forbes terminar de estimar o patrimônio líquido para a lista deste ano no final de julho. Ele quebrou a marca de US$ 100 bilhões no final de agosto, menos de dois meses depois que a Tesla ultrapassou a Toyota como a montadora mais valiosa do mundo.
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