Embora a pandemia de coronavírus tenha afetado segmentos importantes da economia, levando os Estados Unidos a sofrerem o maior aumento em sua taxa de pobreza em mais de 50 anos, o patrimônio líquido coletivo dos bilionários do país cresceu US$ 1,1 trilhão nos últimos dez meses, segundo o novo relatório do Institute for Policy Studies (IPS) e Americans for Tax Fairness (ATF).
Segundo o documento, que foi baseado em dados da Forbes, a fortuna combinada dos 660 bilionários da América em 18 de janeiro subiu para US$ 4,1 trilhões, um aumento de 38,6% em comparação ao patrimônio líquido coletivo em meados de março de 2020.
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Em média, as fortunas dos top 15 cresceram 58,7%, enquanto alguns, como Elon Musk, registraram ganhos de mais de 500%.
No início da pandemia, havia 614 bilionários nos Estados Unidos – número que aumentou para 660, ou seja, o país conta com 46 novos proprietários de contas bancárias de mais de dez dígitos nos últimos dez meses.
O abismo entre aqueles que estão no topo da pirâmide econômica da América e aqueles que estão no meio e na base era imenso antes dos danos causados pela pandemia na economia norte-americana. E essa distância aumentou. Segundo um estudo divulgado na segunda-feira (25) pelos economistas Bruce Meyer, da Universidade de Chicago, e James Sullivan, da Universidade de Notre Dame, a taxa de pobreza do país cresceu 2,4% nos últimos seis meses de 2020. É o maior aumento desde 1960 e quase o dobro do maior crescimento anual da pobreza nos últimos 50 anos. Outros 8 milhões de pessoas em todo o país são agora considerados pobres, com os negros norte-americanos (aumento de 5,4%) representando uma parcela desproporcional entre aqueles que estão sendo empurrados para a pobreza. Mais de 70 milhões de pessoas (ou cerca de 40% da força de trabalho) entraram com pedidos de seguro desemprego desde o início da pandemia.
Segundo o comunicado do IPS e do ATF à imprensa, os ganhos obtidos pelos bilionários da América durante a pandemia poderiam “pagar todo o alívio para as famílias trabalhadoras” no pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden, “sem deixar as famílias mais ricas do país em situação pior à de antes da chegada do coronavírus”.
“Os bilionários dos Estados Unidos estão se desligando do resto da sociedade, uma forma extrema de distanciamento social. Suas fortunas aumentam enquanto a maioria dos norte-americanos enfrenta desafios econômicos e de saúde sem precedentes”, disse Chuck Collins, diretor do Programa de Desigualdade do IPS, em um e-mail para a Forbes. “Estamos corroendo ainda mais nosso tecido social – o senso de solidariedade que nos une.”
O patrimônio dos 165 milhões de cidadãos que compõem a metade inferior da pirâmide é de US$ 2,4 trilhões – US$ 1,7 trilhão a menos do que a riqueza dos 660 bilionários do país.
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