Apesar do ano ter sido positivo para o Ibovespa, alcançando níveis recordes, algumas ações não tiveram a mesma sorte. O aumento nos preços da cesta básica, ou seja, a inflação, fez com que os consumidores se preocupassem mais com os itens essenciais do que com eletrodomésticos. Isso resultou em um revés para as varejistas, que figuram entre as maiores perdas entre as ações do Ibovespa em 2023.
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O Grupo Casas Bahia (BHIA3) registrou uma queda de 81,3% em seus papéis ao longo do ano. O preço da ação, que era de R$ 41 em 15 de dezembro do ano passado, chegou a apenas R$ 11 na mesma data deste ano. O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) também não escapou da amargar uma das maiores quedas, sofrendo uma desvalorização de 41,5% no ano, especialmente com a cisão do Grupo Éxito.
“Dentre as cinco maiores quedas do ano no Ibovespa, quatro são ações do varejo. O cenário macroeconômico enfrenta um momento desafiador”, diz Jaqueline Kist, especialista da Matriz Capital. “O nível de demanda foi impactado pela renda dos consumidores, pelo nível de endividamento e pela inadimplência das famílias brasileiras, que permaneceu elevada em 2023.”
Portanto, veja as 5 ações com maiores quedas em 2023
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Getty Images #1 – Casas Bahia (BHIA3)
Desvalorização: -81,38%
O ano teve início com taxas de juros elevadas, atingindo 13,75%, inflação em alta e uma população endividada, reduzindo a propensão ao consumo. “O setor varejista já opera alavancado, com uma maior quantidade de dívidas e margens muito baixas, e a Casas Bahia ainda apresentou desempenho com prejuízo”, destaca Thiago Raymon, gestor da Titan Capital.
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Getty Images #2 – Pão de Açúcar (PCAR3)
Desvalorização: -41,54%
A princípio, o anúncio da separação do Grupo Éxito gerou otimismo entre os investidores. No entanto, as preocupações dos investidores aumentaram devido ao resultado operacional da empresa. O GPA reportou um prejuízo líquido consolidado de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre. Esse prejuízo foi 426% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 244 milhões.
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Divulgação #3 – Minerva (BEEF3)
Desvalorização: -40,68%
A queda da Minerva é atribuída a fatores climáticos, juntamente com o resultado operacional aquém do esperado pelo mercado.
Em setembro deste ano, a receita das exportações de carne bovina do Brasil registrou uma significativa redução, diminuindo 24% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Além disso, no terceiro trimestre deste ano, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 141 milhões, 0,3% menor que no mesmo período de 2022.
“O caso da Minerva é mais específico; o que pesou, principalmente, foi a questão da oferta de carne. As previsões futuras são positivas, uma vez que a Colômbia fornecerá carnes também para a China, e a Minerva tem uma unidade no país”, destaca Raymon.
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Getty Images #4 – Alpargatas (ALPA4)
Desvalorização: -40,58%
A dona da Havaianas teve seus resultados impactados pelo cenário macroeconômico desafiador e pela fragilidade da demanda, além de uma dinâmica de custos pouco favorável. No quarto trimestre de 2022, o nível de custos atingiu seu pico, pressionando significativamente as margens de lucro da empresa, que também iniciou o ano com estoques em níveis altos.
“A dinâmica de custos apresentou uma melhora ao longo do ano, considerando o processo desinflacionário, mas a demanda ainda fraca, combinada com os altos níveis de estoque, interferiu para que essa melhora não fosse percebida nos resultados de curto prazo”, conclui Kist.
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Divulgação #5 – Petz (PETZ3)
Desvalorização: -37,05
A Petz foi um papel bastante volátil ao longo de 2023, sendo diretamente impactada pelos resultados operacionais. A maioria das casas de análise mantém a tese de que a empresa é um bom investimento a longo prazo devido ao mercado pet brasileiro e sua capacidade de expansão com suas últimas aquisições. No entanto, no curto prazo, o cenário macroeconômico tem pressionado o desempenho e a lucratividade da companhia.
“Os analistas mantêm uma visão construtiva para o longo prazo, mas o impacto nas margens e rentabilidade nos últimos resultados afetou a confiança do mercado em relação aos resultados no curto prazo”, conclui Kist.
#1 – Casas Bahia (BHIA3)
Desvalorização: -81,38%
O ano teve início com taxas de juros elevadas, atingindo 13,75%, inflação em alta e uma população endividada, reduzindo a propensão ao consumo. “O setor varejista já opera alavancado, com uma maior quantidade de dívidas e margens muito baixas, e a Casas Bahia ainda apresentou desempenho com prejuízo”, destaca Thiago Raymon, gestor da Titan Capital.
O levantamento das maiores quedas foi realizado pelo consultor Einar Rivero, com base em dados públicos, considerando o fechamento do dia 15 de dezembro de 2023.