Quando o aplicativo Uber lança seu serviço de compartilhamento de carona em uma nova cidade, marca a ocasião com uma festa de lançamento de luxo. A empresa convida as celebridades locais para coquetéis, canapés e uma apresentação do CEO Travis Kalanick. Um dos atrativos para os eventos geralmente é o “God View”, que permite ver todos os usuários de uma cidade.
Quando é anônimo, é um truque legal. Mas Julia Allison, uma participante em uma festa de lançamento, em Chicago, em setembro de 2011, diz que o Uber trata os convidados de forma assustadora, mostrando-lhes o paradeiro e os movimentos de 30 usuários, em Nova York, em tempo real. Ela reconheceu a metade das pessoas listadas e mandou uma mensagem para um deles, o empresário Peter Sims, revelando que ela sabia o seu paradeiro atual. Ele abandonou o serviço porque sentiu que não podia mais confiar nele.
O truque do GPS seria um compartilhamento ilegal de informações de localização, já que o Uber violou seu contrato de privacidade com usuários. A empresa, que preferiu não comentar o assunto, ainda utiliza regularmente o chamado “God View” em festas de lançamento, mas uma fonte familiarizada com o assunto disse que conseguir ver a localização de outros convidados não é uma oferta regular.